Cassação de Sergio Moro: Desembargador pede vista.
[Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado]
Nesta segunda-feira (08/04), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná interrompeu o julgamento que pode resultar na cassação do senador Sergio Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato. A sessão foi paralisada após o pedido de vista do desembargador Julio Jacob Junior, que solicitou mais tempo para examinar o caso. A análise será retomada amanhã (09/04).
Até o momento, o placar do julgamento está em 3 votos contra a cassação e 1 a favor. Nas três sessões anteriores, os desembargadores Luciano Carrasco Falavinha Souza, Claudia Cristina Cristofani e Guilherme Frederico Hernandes Denz votaram contra a cassação, enquanto o desembargador José Rodrigo Sade foi o único a votar a favor.
Caso Moro seja cassado pelo TRE, ele não será removido imediatamente do cargo, pois sua defesa poderá apelar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a cassação for confirmada pelo TSE, novas eleições serão convocadas no Paraná para preencher a vaga do senador, e Moro ficará inelegível por oito anos.
Sobre as Eleições No final de 2021, Moro estava filiado ao Podemos e realizou eventos de pré-candidatura à Presidência da República. A acusação alega que houve “desvantagem ilícita” em favor dos outros candidatos ao Senado devido aos “altos investimentos financeiros” realizados antes de Moro deixar o partido e concorrer ao Senado pelo União.
Segundo o Ministério Público, cerca de R$ 2 milhões, provenientes do Fundo Partidário, foram gastos com a filiação de Moro ao Podemos e com a produção de vídeos para sua promoção pessoal, além de consultorias eleitorais. O PL afirmou que houve supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões, enquanto o PT mencionou R$ 21 milhões.
Os advogados de Moro defendem a manutenção de seu mandato e negam qualquer irregularidade na pré-campanha. Gustavo Guedes, advogado de Moro, argumenta que a não eleição de Moro no Paraná não se deu por causa de uma suposta pré-campanha “mais robusta”, como alegam os partidos.
