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CPMI do 8 de janeiro ouvirá o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, TenCel Mauro Cid

[Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado]

Nesta terça-feira (11/07), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro terá a oitiva do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid é suspeito de ter articulado uma intervenção militar contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições do ano passado, que não resultaram na reeleição de Bolsonaro. Ele está preso desde maio, acusado de fraudar cartões de vacinação.

Inicialmente agendada para a última terça-feira (4), a oitiva de Mauro Cid foi adiada devido ao calendário de votações na Câmara dos Deputados, já que a CPMI é composta tanto por deputados quanto por senadores.

Uma perícia da Polícia Federal encontrou em seu telefone celular trocas de mensagens com outros militares, nas quais discutiam ações que configurariam um golpe de Estado. As mensagens foram reveladas pela imprensa e posteriormente tornadas públicas pela Justiça. Um dos interlocutores, o coronel Jean Lawand Junior, já prestou depoimento à CPMI, negando as alegações, mas teve sua versão contestada pelos parlamentares e pode ser indiciado por falso testemunho.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento à CPMI. Ele terá o direito de ser acompanhado por advogados e de permanecer em silêncio para não responder a perguntas que possam incriminá-lo. Além disso, devido a estar sob custódia da Justiça, receberá escolta policial.

A convocação de Mauro Cid para depor na CPMI foi aprovada por meio de requerimentos apresentados por diversos parlamentares, incluindo a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Ana Paula Lobato (PSB-MA) e o senador licenciado Marcos do Val (ES). Também há requerimentos de deputados, como Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Erika Hilton (PSOL-SP), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Segundo o senador Rogério, há indícios de que Mauro Cid conspirou para um golpe de Estado.

“Mauro Cid teve conversas com outro auxiliar do ex-presidente, Ailton Barros, nas quais houve trama para abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Na conversa, Ailton afirma que o golpe precisaria da participação do comandante do Exército ou de Jair Bolsonaro, e que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, deveria ser preso”, afirma o senador.

Para o senador Contarato, as mensagens encontradas no celular de Mauro Cid indicam possível envolvimento dele “com a conspiração que levou aos atos de violência do dia 8 de janeiro de 2023”.

Na avaliação do senador Randolfe, existem suspeitas “sobre possíveis articulações do senhor Mauro Cid nos ataques aos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e da Presidência da República, justificando a necessidade de seu depoimento para esclarecer seu papel e fornecer informações relevantes aos trabalhos da CPMI”.

Com informações da Agência Senado.

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