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Vítimas de Brumadinho aprovam repasse de R$ 2,2 milhões para o Rio Grande do Sul

[Foto: Lauro Alves / SECOM]

Parte dos recursos destinados pela mineradora Vale como indenização pelo dano moral coletivo causado na tragédia em Brumadinho será direcionada ao Rio Grande do Sul. As vítimas do rompimento da barragem, ocorrido em janeiro de 2019, aprovaram a assistência ao estado, que enfrenta inundações recordes decorrentes de um alto volume de chuvas. Até o momento, foram confirmadas 147 mortes nas cidades gaúchas.

O montante destinado será de R$ 2,2 milhões, conforme anunciado nesta segunda-feira (13/05) nas redes sociais da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum).

Do total, R$ 2 milhões serão divididos entre o governo gaúcho e o Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, administrado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Os R$ 200 mil restantes serão doados para a Associação dos Familiares e Sobreviventes da Boate Kiss em Santa Maria (AVSTM), entidade que também está arrecadando fundos para auxiliar as vítimas do desastre climático.

Para a representante da diretoria da AVABRUM, Josiene de Melo, a ação é uma oportunidade significativa contribuir para aqueles afetados pela tragédia no Rio Grande do Sul. Ela destaca a importância da acolhida, empatia e solidariedade em tempos de adversidade, ressaltando o apoio à Corrente do Bem promovida pela AVSTM (Boate Kiss).

“Para nós, familiares, poder contribuir com as pessoas que estão atravessando esta catástrofe no Rio Grande do Sul aquece o coração. Sabemos o quanto é importante a acolhida, a empatia e a solidariedade no momento de dor. E, de uma forma especial, vamos apoiar a Corrente do Bem que a AVSTM (Boate Kiss) está fazendo. Essa ação é uma forma de seguir honrando as nossas 272 joias (vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho), as 242 vidas ceifadas pelo Incêndio da Kiss e por todos que perderam suas vidas nesta catástrofe das enchentes no Sul”, disse.

Recursos

Os recursos têm origem em um fundo criado a partir de um acordo para indenizar os familiares dos trabalhadores falecidos na tragédia em Brumadinho, que resultou na perda de 272 vidas, incluindo os bebês de duas mulheres grávidas. A maioria das vítimas era composta por funcionários da Vale ou de empresas que prestavam serviços à mineradora.

O acordo que estabeleceu o fundo também definiu os valores das indenizações individuais para pais, cônjuges, companheiros e filhos das vítimas. Com isso, uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) logo após a tragédia foi encerrada.

A Vale foi obrigada a destinar R$ 400 milhões para o fundo, cuja movimentação depende da aprovação de um conselho gestor composto por representantes da Avabrum, MPT, Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) e Defensoria Pública da União.

Boa parte dos recursos já teve como destino projetos voltados à preservação da vida, incluindo áreas como saúde e segurança alimentar. Hospitais, casas de saúde e instituições de pesquisa foram beneficiados com reformas, estudos financiados, aumento de leitos e aquisição de equipamentos. Além disso, valores foram liberados para iniciativas de qualificação profissional, geração de emprego e renda, proteção de grupos vulneráveis e educação.

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