Sergio Moro deixa governo acusando Bolsonaro, que negou e revidou acusando-o
[Foto: Richard Souza / Arquivo / AN]
Sergio Moro anunciou na manhã desta sexta-feira (24/04) sua saída do cargo de Ministro da Saúde do governo Bolsonaro. No anúncio do seu pedido de exoneração do cargo, Moro acusou o presidente Bolsonaro de tentar interferir na Policia Federal.
A motivação da saída do cargo de Ministro da Justiça teria sido a exoneração pelo presidente do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Moro não concordava com essa a troca do diretor-geral e já havia informado sua posição ao presidente.
“O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As insvestigações têm de ser preservadas”, afirmou Sérgio Moro.
O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento na tarde desta mesma sexta-feira no qual negou a acusação de interferência e acusou o já ex-Ministro Sérgio Moro de tentar barganhar a troca do superintendente da Polícia Federal Valeixo pela sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Após o pronunciamento do presidente Bolsonaro, Sergio Moro negou a tentativa de troca da permanência do Diretor Geral da Polícia Federal por sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), como afirmou Bolsonaro. E concluiu sua publicação afirmando que “se fosse esse o (seu) objetivo, teria concordado ontem com a substituição”.
Confira abaixo a publicação original de Sergio Moro sobre a acusação que recebeu:
A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF.
— Sergio Moro (@SF_Moro) April 24, 2020