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Mauro Cid se mantém em silêncio durante depoimento na CPMI do 8 de Janeiro, não respondendo sequer qual é a sua idade

[Foto: Geraldo Magela/Agência Senado]

O tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso desde maio, acusado de fraudar cartões de vacinação, e é investigado por possíveis conexões com os ataques e financiadores dos atos golpistas ocorridos em Brasília, decidiu exercer o direito de permanecer em silêncio durante seu depoimento na CPMI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (11/07). Amparado por um habeas corpus, ele se recusou a responder aos questionamentos dos membros da comissão, alegando ser alvo de oito investigações, principalmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, vale destacar que a decisão da ministra Cármen Lúcia, do STF, não permitiria que Mauro Cid se eximisse de responder questões sobre sua identificação ou qualquer outra sem relação direta com o que possa incriminá-lo.

Mauro Cid fez uso da palavra para ler uma declaração, na qual reiterou que não tinha poder de decisão em seu trabalho como ajudante de ordens e que sua função se resumia a atividades de assessoramento e secretariado executivo. Ele se recusou a responder as perguntas dos membros da comissão e a comentar sobre supostas conexões com participantes dos ataques ou com os financiadores dos atos golpistas.

Os parlamentares questionaram a relação íntima e de confiança do tenente-coronel com o ex-presidente, além das trocas de mensagens encontradas pela Polícia Federal em seu celular. No entanto, Mauro Cid permaneceu calado diante dessas indagações.

Os governistas pediram que a presidência da CPMI encaminhe uma denúncia ao STF por descumprimento da decisão que permitia ao depoente permanecer em silêncio apenas em situações que pudessem produzir provas contra ele. Os oposicionistas argumentaram que o foco da comissão deveria ser a investigação das omissões por parte do governo federal.

Durante o depoimento, chamou atenção o fato de Mauro Cid estar trajando a farda do Exército, mesmo após a instituição ter afirmado que o militar foi orientado a comparecer fardado à CPMI. Alguns parlamentares manifestaram surpresa em relação a essa decisão.

A prisão do tenente-coronel e as acusações levantadas contra ele foram alvo de divergências entre os parlamentares. Enquanto os governistas acreditam que Mauro Cid teve participação ativa nos eventos investigados, os oposicionistas consideram sua prisão arbitrária e veem nele um “preso político”. As discussões na CPMI revelaram a polarização existente em relação ao tema.

Apesar do silêncio do ex-ajudante de ordens, as investigações em curso continuarão buscando esclarecer os acontecimentos do dia 8 de janeiro e apurar eventuais responsabilidades. O depoimento de Mauro Cid na CPMI do 8 de Janeiro foi marcado pelo seu direito de permanecer em silêncio, o que frustrou as expectativas dos parlamentares em obter respostas sobre diversos pontos relacionados aos eventos investigados.

Confira a seguir o video da audiência.

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