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Inundações no Rio Grande do Sul e impactos na saúde, alerta Fiocruz

[Foto: Ilustrativa / Mauricio Tonetto / Secom]

Pesquisadores do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) elaboraram uma nota técnica detalhando os impactos imediatos e as possíveis consequências para a saúde pública no estado do Rio Grande do Sul, devido as inundações que devastaram regiões inteiras e deixam um rastro de destruição, afetando não só a infraestrutura, mas também a saúde da população.

Segundo o documento, mais de 3 mil estabelecimentos de saúde, incluindo hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas, foram atingidos, comprometendo o acesso aos cuidados médicos para milhões de pessoas. Populações vulneráveis, como moradores de favelas, comunidades quilombolas e aldeias indígenas, foram especialmente afetadas, com 240 favelas, 40 comunidades quilombolas e cinco aldeias indígenas diretamente expostas às áreas alagadas.

Os pesquisadores também realizaram um mapeamento detalhado dos estabelecimentos de saúde do estado, utilizando dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Através do panorama foi possível avaliar a extensão da desassistência e entender como a estrutura de atendimento foi impactada.

O pesquisador Christovam Barcellos destacou a importância dos estudos produzidos pelo Observatório não apenas para orientar as ações no presente, mas também para monitorar a recuperação do sistema de saúde nos próximos meses. A análise contínua será fundamental para avaliar a eficácia das medidas adotadas e garantir o acesso contínuo aos serviços de saúde para a população afetada pelas inundações.

“Tentamos fazer um diagnóstico da situação de saúde e os primeiros impactos. Precisamos entender qual é o nível de desassistência da população e como ficou a estrutura de atendimentos de saúde. É preciso pensar que há portadores de doenças crônicas, por exemplo, que precisam de atendimento contínuo, e com problemas de saúde que podem se agravar”, explicou o pesquisador do Observatório de Clima e Saúde, Diego Xavier. 

“Os estudos que o Observatório de Clima e Saúde está produzindo servem, neste momento, para orientação. Eles indicam as áreas inundadas, mapeiam unidades de saúde, farmácias, as que estão funcionando e as que estão em áreas alagadas. Depois, vamos usá-lo para monitoramento, poderemos saber quais unidades de saúde voltaram a funcionar, o que estão conseguindo produzir, quantas consultas e/ou internações estão realizando… Assim poderemos avaliar como o sistema de saúde reage nas próximas semanas e meses”, explicou Barcellos.  

*Com informações de Fiocruz

Situação no Rio Grande do Sul

Um boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, às 18h desta terça-feira (21/05), revelou que o número de óbitos confirmados nas recentes enchentes no estado subiu para 161. As enchentes afetaram 467 municípios gaúchos, deixando 82 pessoas desaparecidas.

Ao todo, 2.341.060 pessoas foram afetadas pelas enchentes, com 581.633 desalojadas e 71.503 em abrigos. Os feridos somam 806, e as equipes de resgate, compostas por profissionais e voluntários, já resgataram 82.666 pessoas e 12.358 animais.

O mutirão de resgate conta com 27.708 pessoas, apoiadas por 4.069 viaturas, 18 aeronaves e 265 embarcações. A orientação da Defesa Civil é que a população verifique se seus nomes constam na lista de desaparecidos e, em caso positivo, procure a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para regularização dos dados.

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