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Casos de Febre Oropouche aumentam e se espalham por diversas regiões do Brasil

Dados divulgados nesta terça-feira (14/05) pelo Ministério da Saúde revelaram um aumento nos casos de febre Oropouche no Brasil. Atualmente, o país contabiliza 5.102 casos da doença, com os estados do Amazonas e Rondônia registrando os maiores números, 2.947 e 1.528 casos, respectivamente. A faixa etária mais afetada pela febre Oropouche é a de 20 a 29 anos, seguida por pessoas entre 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e adolescentes de 10 a 19 anos.

A febre Oropouche também está presente, ou em investigação, em outros estados como Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Santa Catarina, Amapá, Maranhão e Paraná.

Segundo Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, “há algumas semanas está acontecendo um espalhamento para outras regiões do Brasil. A gente não está só naquela concentração na Região Norte, que foi o primeiro momento. A gente acreditou que ia ficar concentrado, mas vimos que houve um espalhamento”, alertou Maciel.

Para enfrentar esse desafio, o Ministério da Saúde informou que introduziu a vigilância da febre Oropouche, criando orientações clínicas e distribuindo testes para laboratórios centrais em todo o país. “Distribuímos os testes para toda a rede Lacen [laboratórios centrais] e, por isso, estamos conseguindo captar, fazer o diagnóstico correto para essa doença. Estamos monitorando de perto e entendendo melhor essa nova arbovirose”, disse a secretária.

Santa Catarina

Três casos de Febre do Oropouche foram confirmados em Botuverá, município situado no Médio Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina, após análise laboratorial realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES-SC) e pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os exames, encaminhados pela SMS para um laboratório particular, revelaram a presença do vírus nas amostras coletadas em 25 de abril.

Os pacientes manifestaram sintomas entre os dias 10 e 15 de abril, com um quadro clínico inicialmente semelhante ao da dengue. No entanto, diante da persistência dos sintomas e da ausência de confirmação para dengue, as amostras foram submetidas ao diagnóstico de Febre do Oropouche. Os pacientes afetados têm idades entre 18 e 40 anos e não registraram histórico de deslocamento para fora do Estado.

Rio de Janeiro

Em 29 de abril, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) recebeu a notificação de dez casos de febre Oropouche confirmados no estado. A informação foi divulgada pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) e pelo laboratório de referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os registros dos casos ocorreram entre os dias 9 e 18 de abril, nos municípios de Japeri, Valença, Piraí e Rio de Janeiro. A SES-RJ informou que estão sendo realizadas investigações afim de definir se os casos são autóctones, ou seja, de transmissão local, ou se são ‘importados’, onde a infecção ocorre em outro território.

A secretária de Saúde, Claudia Mello, enfatizou que “o vírus da febre Oropouche é endêmico no Amazonas e apresenta alguns períodos de surto, porém, a letalidade registrada é baixa.

“O vírus da Febre Oropouche é endêmico no Amazonas e apresenta alguns períodos de surto. A letalidade registrada é baixa. A orientação que vamos passar aos municípios é que eles mantenham a conduta médica realizada nos casos de suspeita de dengue”, afirma Claudia Mello.

No fim de fevereiro, a SES-RJ recebeu a notificação primeiro caso de infecção por Febre Oropouche foi confirmado no estado. O diagnóstico foi realizado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O paciente, um homem de 42 anos, residente no bairro do Humaitá, Zona Sul da capital, apresentava histórico de viagem para o Amazonas.

O caso foi classificado como importado, considerando o histórico de deslocamento do paciente à região amazônica, onde já se observava um expressivo aumento no número de casos nos primeiros meses de 2024. Apesar da infecção, o paciente não precisou ser internado e conseguiu se recuperar totalmente da doença.

Febre Oropouche

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a Febre do Oropouche (FO) é uma enfermidade provocada por um arbovírus. A transmissão da doença ocorre principalmente por meio de mosquitos, sendo o Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, o vetor principal. No entanto, outros mosquitos também já foram associados à transmissão do vírus, como o Culex quinquefasciatus.

Sintomas da Febre Oropouche

Semelhantes aos sintomas da dengue, as manifestações provocadas pelo vírus da Febre do Oropouche incluem:

  • Dor de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Náusea e
  • diarreia.

Em casos mais graves, a doença pode evoluir para quadros de manifestações hemorrágicas. Atualmente, não há disponível vacina ou tratamento específico para a Febre do Oropouche.

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