Dez casos de Febre Oropouche são confirmados no estado do Rio de Janeiro
Nesta segunda-feira (29/04), a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) recebeu a notificação de dez casos de febre Oropouche confirmados no estado. A informação foi divulgada pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) e pelo laboratório de referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os registros dos casos ocorreram entre os dias 9 e 18 de abril, nos municípios de Japeri, Valença, Piraí e Rio de Janeiro. A SES-RJ informou que estão sendo realizadas investigações afim de definir se os casos são autóctones, ou seja, de transmissão local, ou se são ‘importados’, onde a infecção ocorre em outro território.
A secretária de Saúde, Claudia Mello, enfatizou que “o vírus da febre Oropouche é endêmico no Amazonas e apresenta alguns períodos de surto, porém, a letalidade registrada é baixa.
“O vírus da Febre Oropouche é endêmico no Amazonas e apresenta alguns períodos de surto. A letalidade registrada é baixa. A orientação que vamos passar aos municípios é que eles mantenham a conduta médica realizada nos casos de suspeita de dengue”, afirma Claudia Mello.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que está trabalhando em parceria com os municípios afetados, iniciará uma investigação epidemiológica detalhada nos dez casos confirmados. Além disso, será realizada uma investigação entomológica, ou seja, a captura de mosquitos, nas regiões onde os casos foram identificados. Essas ações são essenciais para controlar a propagação da doença e proteger a população contra essa ameaça à saúde pública.
Primeiro caso confirmado em 2024 no estado
No fim de fevereiro, a SES-RJ recebeu a notificação primeiro caso de infecção por Febre Oropouche foi confirmado no estado. O diagnóstico foi realizado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O paciente, um homem de 42 anos, residente no bairro do Humaitá, Zona Sul da capital, apresentava histórico de viagem para o Amazonas.
O caso foi classificado como importado, considerando o histórico de deslocamento do paciente à região amazônica, onde já se observava um expressivo aumento no número de casos nos primeiros meses de 2024. Apesar da infecção, o paciente não precisou ser internado e conseguiu se recuperar totalmente da doença.
Santa Catarina
Três casos de Febre do Oropouche foram confirmados em Botuverá, município situado no Médio Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina, na semana passada. A confirmação ocorreu após análise laboratorial realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES-SC) e pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os exames, encaminhados pela SMS para um laboratório particular, revelaram a presença do vírus nas amostras coletadas em 25 de abril. Esses foram os primeiros casos da doença confirmados no estado .
Os pacientes manifestaram sintomas entre os dias 10 e 15 de abril, com um quadro clínico inicialmente semelhante ao da dengue. No entanto, diante da persistência dos sintomas e da ausência de confirmação para dengue, as amostras foram submetidas ao diagnóstico de Febre do Oropouche. Os pacientes afetados têm idades entre 18 e 40 anos e não registraram histórico de deslocamento para fora do Estado.
Febre Oropouche
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a Febre do Oropouche (FO) é uma enfermidade provocada por um arbovírus. A transmissão da doença ocorre principalmente por meio de mosquitos, sendo o Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, o vetor principal. No entanto, outros mosquitos também já foram associados à transmissão do vírus, como o Culex quinquefasciatus.
Sintomas da Febre Oropouche
Semelhantes aos sintomas da dengue, as manifestações provocadas pelo vírus da Febre do Oropouche incluem:
- Dor de cabeça;
- Dores musculares;
- Náusea e
- diarreia.
Em casos mais graves, a doença pode evoluir para quadros de manifestações hemorrágicas. Atualmente, não há disponível vacina ou tratamento específico para a Febre do Oropouche.