RJ registra aumento de casos de bronquiolite
[Foto: Rogério Santana / Governo do RJ]
Um levantamento realizado pelo Centro de Inteligência em Saúde da Secretária de Estado de Saúde (SES-RJ) apontou que nos últimos meses, o estado do Rio de Janeiro tem enfrentado um aumento significativo nos casos de bronquiolite, uma condição respiratória comum em crianças menores de dois anos. De acordo com os dados, o número de solicitações de leitos hospitalares para internação devido a essa enfermidade aumentou quase seis vezes em um período de apenas um mês.
Entre os dias 10 e 16 de março, foram registrados 16 pedidos de internação por bronquiolite. No entanto, na semana entre 7 e 13 de abril, esse número saltou para 94 solicitações.
Além do aumento nos casos de bronquiolite, a SES-RJ também observou um crescimento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes devido a outras causas, passando de 228 para 366 casos entre os meses de março e abril.
O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na semana passada, mostrou o aumento das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país. O destaque recai principalmente para o vírus sincicial respiratório (VSR) e o vírus da gripe, influenza A. Desde o início de 2024, o Brasil já registrou 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave.
Medidas
Em resposta ao aumento preocupante dos casos no estado, a SES-RJ informou que já implementou medidas preventivas para garantir o atendimento adequado às crianças afetadas pela doença respiratória.
Uma das ações adotadas foi a ampliação da capacidade de leitos pediátricos no Hospital Regional do Médio Paraíba Dra. Zilda Arns Neumann, localizado em Volta Redonda. Anteriormente com 20 leitos de UTI pediátrica, o hospital agora conta com 30 leitos, podendo expandir para até 40 conforme a demanda.
Bronquiolite
A bronquiolite é uma inflamação dos bronquíolos, pequenas vias aéreas que levam oxigênio para os pulmões, e pode se tornar grave rapidamente se não tratada adequadamente.
Os sintomas mais comuns da bronquiolite incluem:
- Coriza;
- Tosse leve;
- Febre persistente por mais de três dias;
- Respiração acelerada e com dificuldade;
- Fadiga.
A doença pode ser causada por diversos agentes infecciosos, sendo o vírus sincicial respiratório (VSR) o principal agente infeccioso associado a ela. Até o momento, não há vacina específica contra o VSR disponível para crianças, mas a imunização contra a influenza (gripe) pode contribuir para conter esses casos.
Vacina contra a gripe
Segundo a SES-RJ, a imunização contra a influenza, também conhecida como gripe, mostra-se eficaz na contenção desses casos crescentes. Cerca de 2,5 milhões de doses da vacina contra a gripe foram disponibilizadas aos 92 municípios fluminenses para serem aplicadas nas unidades de saúde.
A Campanha de Vacinação contra a Gripe teve início em 25 de março e está programada para se estender até 31 de maio. Sua meta é alcançar uma cobertura vacinal de 90% dos grupos prioritários, o que corresponde a 6,7 milhões de pessoas em todo o estado do Rio de Janeiro. Até o momento, foram registradas 1.141.028 aplicações do imunizante, representando uma cobertura de 16,17% dos grupos prioritários.
Podem se vacinar:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
- Trabalhadores da Saúde;
- Gestantes;
- Puérperas;
- Professores dos ensinos básico e superior;
- Povos indígenas;
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Pessoas em situação de rua;
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
- Profissionais das Forças Armadas;
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
- Trabalhadores portuários
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos)
Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez deverão tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.
De acordo com o Ministério da Saúde, todos aqueles que tomaram o imunizante em 2023 ou nos anos anteriores também devem receber a vacina atualizada deste ano.