Polícia Militar do RJ já apreendeu mais de 1.200 armas de fogo nos primeiros meses do ano
[Foto: Aline / GE]
O balanço operacional divulgado pela Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro revelou os desafios enfrentados pela corporação nos primeiros meses deste ano.
De acordo com os dados apresentados, os policiais militares apreenderam 1.205 armas de fogo, incluindo 152 fuzis, e confiscaram 234 explosivos, entre granadas e bombas artesanais. Além disso, foram efetuadas 8.570 prisões de criminosos e 1.246 apreensões de adolescentes envolvidos em atividades ilícitas.
O secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires, destacou que os números expressivos das operações refletem o compromisso da corporação em garantir a segurança da população, mas ressaltou a necessidade de ações mais aprofundadas e integradas no combate ao tráfico de armas e drogas.
“Estamos nas ruas 24 horas por dia, o ano inteiro, atuando para reprimir as atividades criminosas. Os números de apreensões e prisões demonstram o tamanho do nosso empenho, mas não devemos comemorar apenas. Precisamos diagnosticar de forma mais precisa o problema e aprofundar as ações integradas com a participação de todos os atores do sistema criminal no combate sistemático e mais efetivo ao tráfico de armas e drogas, como também no combate às conexões do crime organizado, que atua no país e também no exterior”, afirmou o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires.
Além das apreensões e prisões, outro desafio enfrentado Polícia Militar nos últimos anos é a retirada de barricadas instaladas por criminosos em vias públicas de comunidades de baixa renda. No ano passado, foram removidas mais de 5.000 barricadas, totalizando mais de 8.000 toneladas de entulho. Nos três primeiros meses de 2024, outras 1.270 barricadas foram retiradas, equivalente a quase 1.500 toneladas.
Fabricação estrangeira
Um estudo conduzido pela Subsecretaria de Inteligência (SSI) da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro revelou que mais de 90% dos fuzis apreendidos em 2023 foram fabricados em outros países. A análise, que abordou a apreensão de 492 fuzis no ano passado, também destacou que o maior número de apreensões ocorreu em áreas do estado onde há disputas de território entre facções criminosas rivais.
Entre as conclusões do estudo, destaca-se o fato de que 199 dos fuzis apreendidos são da marca norte-americana Colt. Outros 194 fuzis não possuíam marca, sendo armas que entram no país ou no estado separadas por peças e montadas por armeiros vinculados às organizações criminosas. As demais armas apreendidas são de 43 marcas diversas, a maioria proveniente de países do Hemisfério Norte.
A análise da SSI também evidenciou que as apreensões se concentraram principalmente nas áreas integradas de segurança pública (AISPs) da zona oeste da capital e da Baixada Fluminense. Das dez AISPs com maior número de apreensões, oito estão localizadas nessas regiões do estado. Apenas duas exceções foram observadas: a AISP 3 (região do Méier e adjacências) e a AISP 16 (Olaria e adjacências). No total, 377 das 492 apreensões de fuzis ocorreram nessas dez regiões.
Além das preocupações nas áreas urbanas, o estudo revelou uma preocupante expansão do crime organizado para o interior do estado. Na região do 5º Comando de Policiamento (5º CPA), que abrange o Sul Fluminense e a Costa Verde, foram apreendidos 13 fuzis no ano passado. Já na área do 6º CPA, que engloba o Norte e o Noroeste do estado, foram registradas sete apreensões.