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Prefeitura do Rio de Janeiro iniciará aplicação da segunda dose da vacina contra a dengue para crianças e adolescentes

[Foto: Ilustrativa / Julia Prado / MS]

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro iniciará, nesta quinta-feira (23/05), a aplicação da segunda dose da vacina contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A imunização estará disponível nas 238 unidades de atenção primária da cidade a partir das 14h.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, a segunda dose deve ser aplicada em quem recebeu a primeira há três meses. A campanha, que iniciou em 23 de fevereiro, já administrou mais de 130 mil doses em todo país. O objetivo é que todos que tomaram a primeira dose completem o esquema vacinal.

Para receber a segunda dose, é necessário apresentar documento de identidade e comprovante de vacinação. Crianças e adolescentes que já tiveram dengue devem aguardar seis meses desde o início dos sintomas para a primeira dose e 30 dias para a segunda dose após um quadro recente.

De acordo com a Prefeitura do Rio, contraindicações da vacina incluem alergias graves aos componentes da vacina, imunocomprometidos, HIV sintomático, gestantes e lactantes.

Dengue no Rio

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro anunciou em março deste ano, o término do estado de emergência de saúde pública devido à dengue no município. A decisão, segundo a pasta, ocorreu em resposta à melhora dos indicadores epidemiológicos observada nas últimas semanas.

Desde o início do ano, a pasta vem adotando uma série de medidas para enfrentar a dengue, ampliando estratégias e intensificando a conscientização da população sobre os cuidados necessários para controlar o mosquito transmissor.

O Rio de Janeiro chegou a registrar 2,6 mil casos de dengue por dia, com 500 casos graves que demandaram internação. No entanto, nas últimas semanas, houve uma mudança nesse panorama, com uma queda significativa para 500 casos diários da doença.

Segundo a Prefeitura do Rio, mesmo com números alarmantes, esta foi a epidemia com a menor taxa de letalidade já registrada na cidade, contabilizando apenas sete óbitos.

O secretário de saúde, Daniel Soranz, destacou o trabalho realizado pelos profissionais de saúde da cidade durante os meses e agradeceu à população por se dedicar a eliminar os focos do mosquito.

“A gente agradece muito aos profissionais de saúde que atuam nos polos de dengue, cuidando dos cariocas, são mais de mil profissionais treinados que estiveram trabalhando durante esta epidemia. É importante agradecer também o apoio da população que se dedicou no combate à doença, que foi essencial para eliminar os focos do mosquito, mas também pede que continue esse serviço, que dedique 10 minutos por semana para verificar sua residência. E também é importante trazer seus filhos para se vacinarem”, lembrou Soranz.

Casos de dengue no Brasil

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (20/05), mostram que o Brasil alcançou uma marca de mais de 5.100.000 casos prováveis da dengue somente neste ano. Além disso, o número de óbitos confirmados pela doença chegou a 2.827 mortes, o maior registro desde o início da série histórica em 2000.

Até o momento, 2024 já superou os dois anos que anteriormente haviam registrado a maior quantidade de infectados: 2015, com 1.688.688 diagnósticos, e 2023, com 1.641.278.

São Paulo lidera o ranking de número de casos graves da doença, com 13.120 registros, seguido por Minas Gerais, com 9.228, e Paraná, com 8.339.

Dengue e Sintomas

A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, com sintomas que incluem febre alta e dores no corpo. Se não tratada adequadamente, pode levar o paciente à morte.

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da dengue incluem:

  • Febre alta;
  • Dor no corpo e nas articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal-estar;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.

Os sinais de alarme da doença são caracterizados principalmente por:

  • Dor abdominal intensa e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquidos;
  • Sangramento de mucosa;
  • Irritabilidade.

Qdenga

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na quarta-feira (15/05), a pré-qualificação da vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, para imunização contra a dengue. Esta é a segunda vacina contra a dengue a receber a pré-qualificação da entidade.

Segundo informações da OMS, a Qdenga é uma vacina viva atenuada que contém versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus da dengue. A Organização recomenda a aplicação em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em regiões com alta transmissão da doença. O esquema vacinal consiste em duas doses, administradas com um intervalo de três meses, mesma prática adotada no Brasil.

No Brasil, a Qdenga começou a ser aplicada na rede pública de saúde em fevereiro. Devido à quantidade limitada de doses fornecidas pelo fabricante, a vacinação é direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que registra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. Pessoas acima de 60 anos não são indicadas para receber a vacina devido à falta de estudos clínicos específicos para essa faixa etária.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da Qdenga em março de 2023 no Brasil, permitindo sua comercialização no país sob condições aprovadas. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS).

Próxima epidemia no Brasil

O Ministério da Saúde informou, na última semana, que está elaborando estratégias de preparação e resposta para enfrentar a próxima epidemia de dengue e outras arboviroses no Brasil. A iniciativa visa fortalecer a vigilância em saúde, aprimorar o manejo clínico, organizar os serviços de saúde, intensificar o controle vetorial e identificar lacunas de conhecimento para financiamento de pesquisas, além de promover a comunicação e a mobilização social. O período epidêmico que será avaliado por técnicos da pasta é o biênio 2024/2025.

O planejamento, abrange ações a curto, médio e longo prazo, e está sendo discutido por especialistas em arboviroses, gestores, pesquisadores e técnicos estaduais e municipais, juntamente com representantes do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Segundo a pasta, a dengue possui um padrão sazonal, com aumento de casos e risco de epidemia, especialmente entre os meses de outubro a maio. Por isso, “os cuidados para combater essa doença devem ser realizados ao longo de todo o ano e não apenas no verão, com ênfase nos meses que antecedem o período das chuvas”, alerta o ministério.

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