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Ministro da Saúde diz que “todas as vacinas que tiverem eficácia e registro da Anvisa serão adquiridas”

[Foto: Aurélio Pereira/MS]

O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu nesta terça-feira (08/12), em Brasilia – DF, com governadores de todos os estados brasileiros. O objetivo da reunião foi de realizar um balanço sobre o enfrentamento à COVID-19 no Brasil. Alguns governadores participaram por videoconferência.

Durante a reunião, o Ministro informou que a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca deverá ter seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em torno de 60 dias e ressaltou que a liberação poderá ocorrer no final de fevereiro, sendo possível dar inicio à vacinação. De acordo com o Ministro, o Sistema Único de Saúde (SUS) possui capacidade para produzir 300 milhões de doses da vacina para 2021.

“A Anvisa vai precisar de um tempo cumprindo essa missão. O registro gira em torno de 60 dias. Se tudo estiver redondo, teremos o registro efetivo da AstraZeneca no final de fevereiro, dando início à vacinação”, explicou o ministro”. E acrescentou: “Nós vamos vacinar todo mundo na maior velocidade possível”.

O Ministro lembrou da importância da conclusão de todos os passos para a aprovação da vacina: “É muito importante que se sigam todos os passos. Quando falamos de saúde, não podemos abrir mão de eficácia, segurança e responsabilidade. Quando nós colocarmos uma vacina, seremos nós os responsáveis”, disse.

Pazuello informou, ainda, que o Ministério da Saúde está empenhado na aquisição de seringas, agulhas e no reforço da rede de frios das salas de imunização.

No dia 6 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória (MP), em cerimônia no Palácio do Planalto, prevendo a liberação de R$ 1,9 bilhão para a produção de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca. A MP seguiu para aprovação do Congresso Nacional e foi aprovada pelos senadores no dia 3 de dezembro.

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O Ministério da Saúde, publicou na segunda-feira (07/12), uma portaria no Diário Oficial da União, instituindo a criação de um comitê técnico para acompanhar as ações de pesquisa, desenvolvimento, produção, contratualização, transferência e incorporação tecnológico da vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.

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O Presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), afirmou na tarde desta segunda-feira (07/12), que “havendo certificação” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma vacina contra a COVID-19 será oferecida de forma gratuita e não obrigatória para toda a população.

No entanto, a publicação do Presidente não especifica se a declaração se refere a todas as vacinas que estão sendo desenvolvidas para combater o vírus.

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Plano Nacional de Imunização

Durante a reunião, o Ministro também falou sobre o Plano Nacional de Imunização (PNI). Segundo Pazuello, o plano não pode se paralelo e lembrou aos governadores que todos devem trabalhar juntos contra o vírus. “O PNI é nacional. Não pode ser paralelo. A gente tem que falar a mesma linguagem. Nós só temos um inimigo: o vírus. Temos que nos unir”, disse.

O Plano Nacional de Imunização foi apresentado nesta semana pelo Ministério da Saúde e prevê quatro fases para a aplicação da vacina no Brasil.

Segundo o plano, na primeira fase serão vacinados idosos com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais que residam em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas), profissionais de saúde e indígenas. A segunda fase de vacinação atenderá pessoas com idades de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a imunização de pessoas que possuam comorbidades e apresentem maior chance para o agravamento da doença e a quarta e última fase deverá imunizar professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional do Brasil.

Pfizer

A reunião em Brasilia, acontece ao mesmo tempo que o Reino Unido inicia a sua campanha de vacinação contra a COVID-19, utilizando a vacina desenvolvida pela pela farmacêutica norte-americana Pfizer em parceria com a empresa alemã de biotecnologia BioNtech.

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Nessa segunda-feira (07/12), o Ministério da Saúde divulgou uma nota informando que pretende assinar ainda nesta semana o memorando de intenção de compra para 70 milhões de doses do imunizante produzido pelas empresas norte-americana e alemã.

Resultados apresentados em novembro, declararam que de acordo com estudos da fase 3, a vacina da Pfizer/BioNTech apresentou eficácia de 95% na prevenção ao novo coronavírus. Os estudos revelaram, ainda, que não houveram efeitos colaterais graves registrados nos voluntários que receberam as doses da vacina.

CoronaVac

Segundo informações, o Ministro foi questionado sobre a aplicação da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.

De acordo com Pazuello, “Todas as vacinas que tiverem sua eficácia e registros da maneira correta na Anvisa, se houver necessidade, vão ser adquiridas. O presidente Jair Bolsonaro já deixou isso de forma clara”, disse

No inicio desta segunda-feira, o Governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou um Plano Estadual de Vacinação, prevendo o inicio da vacinação com a CoronaVac no estado, para o dia 25 de janeiro. A vacina esta em sua 3ª fase de testes, onde sua eficácia precisa ser comprovada antes da liberação pela Anvisa.

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O Governo de São Paulo informou que o resultado da fase 3 incluindo o índice de eficácia da vacina deve ser divulgado na próxima semana e ressaltou que estudos clínicos já demonstraram que 94,7% dos voluntários não apresentaram eventos adversos após tomarem a vacina. Ainda de acordo com o governo estadual, 97,7% dos voluntários relataram alguma reação após aplicação, mas que esses são considerados sintomas de baixa gravidade, como dor no local da injeção e dor de cabeça leve. Lembrando ainda, que a revista The Lancet apontou a CoronaVac como a vacina que apresenta resposta imune de 97% dos participantes dos estudos.

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