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Curso de língua Guarani promove imersão na cultura indígena em Maricá

[Foto: Ilustrativa]

Em Maricá, no estado do Rio de Janeiro, moradores maiores de 16 anos estão aprendendo a língua Guarani. A iniciativa foi desenvolvida pela Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Participação Popular e Direitos Humanos e conta ainda com a parceria de comunidades indígenas locais e a Universidade Federal Fluminense (UFF). O curso tem duração de 10 horas, sendo realizados em 5 encontros, com a duração de 2 horas cada encontro. As aulas são ministradas em Itaipuaçu, no Polo do Recanto do Programa Cultura de Direitos.

De acordo com dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado do Rio de Janeiro abriga 16.964 indígenas em seus 92 municípios, com 357 destes residentes em Maricá.

Segundo a Prefeitura de Maricá, o objetivo é levar aos moradores da cidade o conhecimento da língua materna dos povos indígenas da etnia Guarani Mbya, que habitam em Maricá. Além disso, a iniciativa visa promover a imersão na cultura indígena, destacando a importância da valorização, da preservação e o respeito à língua Guarani.

Na primeira edição do programa, contou com a participação de 160 alunos. Já na segunda edição, que contabiliza até o momento uma turma concluída, conta com 100 pessoas inscritas selecionadas para participar do curso.Segundo a Prefeitura de Maricá, haverá abertura de novas turmas ao longo deste ano, considerando a ordem de inscrição.

Ao término de cada turma, os participantes recebem um certificado emitido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) por meio do Proex. A entrega dos certificados da primeira turma foi realizada no dia 22 de julho, na Aldeia Céu Azul, localizada em Itaipuaçu.

Para Esdras Chavante, administrador e aluno do curso, as aulas possibilitam um primeiro passo na integração entre os povos, línguas e culturas, e valorizam os povos originários.

“O curso é fundamental para dar os primeiros passos para a integração. É um país formado por centenas de povos, de línguas e culturas, e temos muito o que aprender como sociedade. É preciso nos capacitar em Guarani para dar voz aos povos originários. O curso é essencial para vermos com outros olhos”, disse.

O corpo docente do curso é composto por Vanderlei Weraxumu da Silva e Izaque de Souza, ambos da Aldeia Céu Azul, e Simone Para’i Nunes Pires de Lima, da Aldeia Mata Verde Bonita, localizada em São José de Imbassaí.

Cláudia Valéria é professora e também aluna do curso, e destaca que a iniciativa promove a experiência de conhecimento da cultura indígena.

“O sentimento é de gratidão, porque estamos aprendendo e tentando desenvolver o que eles perderam. Tudo é deles e sabemos que nós somos invasores. Vamos caminhar e cuidar juntos, com muito respeito. Que venham mais cursos. A semente foi lançada, agora ela irá florescer”, completou.

Assista à reportagem em vídeo apresentada na edição de 13 de agosto do Gazeta Expressa Kids:

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