CPMI do 8 de Janeiro convoca sargento do Exército para depoimento sobre movimentações financeiras
[Foto: Richard Souza / AN]
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro realizará uma reunião na próxima quinta-feira (24) para ouvir o depoimento de Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que fazia parte da equipe da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Reis é apontado como o responsável por movimentações financeiras consideradas atípicas, cujo destinatário foi o coronel Mauro Cesar Cid, também membro da equipe de ordens de Bolsonaro.
As informações sobre as movimentações financeiras surgiram a partir de um relatório de inteligência financeira (RIF) elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e encaminhado à CPMI em 11 de agosto. Embora o conteúdo do documento seja sigiloso, partes dele foram divulgadas pela imprensa.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) solicitou a convocação de Reis através de um requerimento, onde o identificou como “servidor responsável por atender demandas de Mauro Cid” e argumentou que seu depoimento é “fundamental”. Além dela, outros seis parlamentares também pediram a convocação, embora os requerimentos tenham sido apresentados antes que a comissão tivesse acesso ao RIF, e, portanto, não mencionavam as movimentações financeiras como justificativa para a convocação. No entanto, esse assunto poderá ser abordado durante o depoimento de Reis.
Os requerimentos dos parlamentares concentram-se, principalmente, nas ligações de Reis com a organização dos eventos de 8 de janeiro. O senador Fabiano Contarato (PT-ES), por exemplo, afirmou que as investigações policiais relacionadas à equipe de auxiliares do ex-presidente Bolsonaro apontam para a premeditação e envolvimento dos servidores. Ele mencionou a descoberta de documentos que, segundo ele, comprovariam uma tentativa de golpe de estado em mensagens trocadas entre o coronel Mauro Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis.
Luis Marcos dos Reis prestará seu depoimento na condição de testemunha. Vale lembrar que em maio ele foi detido durante as investigações de um esquema de falsificação do cartão de vacinação de Jair Bolsonaro.
Com informações da Agência Senado.
