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Centro Hospitalar para COVID-19 construído pela Fiocruz é inaugurado no Rio

[Foto: Leandro Oliveira/ Fundação Oswaldo Cruz]

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) construiu em menos de dois meses uma unidade hospitalar que será destinada aos pacientes com coronavírus em estágio grave da doença. O Centro Hospitalar para a Pandemia de COVID-19 esta localizado em Manguinhos, sede da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro. Os primeiros pacientes a serem transferidos para a unidade, serão os que constam na central estadual de regulação de vagas.

De acordo com a Fiocruz, a unidade comporta 195 leitos destinados ao tratamento intensivo e semi-intensivo, que serão ocupados gradualmente seguindo a avaliação diária e conjunta da direção da unidade juntamente com as secretarias municipais e estadual de saúde.

A unidade que foi construída em regime de urgência, com o objetivo de auxiliar o estado no sistema de saúde durante a pandemia do novo coronavírus, possuí leitos com sistema de isolamento com pressão negativa de ar. No quartos, individuais, foi instalada uma tubulação que é responsável por sugar o ar contaminado e passa por um sistema de filtragem antes de ser eliminado por chaminés construídas na parte externa do centro. A Fundação Oswaldo Cruz informou ainda, que, a construção conta com uma estação de tratamento de esgoto própria, com a finalidade de tratar resíduos com o novo coronavírus e assim garantir o destino seguro do efluente gerado, além de possuir gerador e reservatórios de água. De acordo com a Fundação, a construção está de acordo com a infraestrutura exigida para o funcionamento de um hospital desse porte.

Já na área de diagnósticos da unidade, foram instalados aparelhos de raio X, ultrassonografia, ecocardiologia e tomografia computadorizada. Também será possível que os pacientes transferidos para a unidade realizem os exames de broncoscopia e endoscopia.

Para a Presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, a entrega do hospital acontece no momento em que é possível acompanhar o aumento de casos confirmados e óbitos da doença no Brasil, em particular no Rio de Janeiro. “É com grande emoção que entregamos esse hospital dedicado exclusivamente à Covid-19 e que permanecerá como um legado para o Sistema Único de Saúde. A Fiocruz continuará trabalhando incessantemente para fortalecer as ações do SUS em meio a esta crise humanitária que tem tido impacto tão grande na vida da população e que traz tantos desafios para um país continental e desigual como o Brasil”, disse.

Nessa terça-feira (19), o estado do Rio de Janeiro registrou mais de 200 óbitos provocados pela COVID-19 e ultrapassou 3 mil vítimas fatais da doença no estado desde o inicio da pandemia.

A unidade hospitalar atenderá apenas os pacientes que forem transferidos pelo sistema informatizado da Secretaria de Estado de Saúde. A Fiocruz ressaltou ainda, que, com o objetivo de seguir os protocolos de segurança, não serão permitidas visitas aos pacientes que estejam internados na unidade. De acordo com a Fundação, um bloco anexo foi construído com a finalidade de receber os familiares dos pacientes. Os familiares que se verem impossibilitados de locomoção até o hospital, receberão ligações do call center da unidade, onde serão repassadas atualizações a respeito do boletim médico de cada paciente. Também serão realizadas chamadas de vídeo para os pacientes cuja a condição clínica não permita a interação por essa modalidade.

O Hospital passa a integrar o Instituo Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), que é a unidade de referência da Fundação na atenção de forma especializada de doenças infecciosas e atualmente atual como atendimento de referência aos pacientes graves de COVID-19.

De acordo com a Fiocruz, a experiência que será adquirida com os pacientes do hospital pode tornar possível diversas frentes de pesquisa sobre a doença. “O novo centro será fundamental para acelerar as pesquisas conduzidas pelo INI e toda a rede de colaboração da Fiocruz no Brasil e internacionalmente. Um exemplo é o ensaio clínico Solidarity, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estuda a eficácia de medicamentos para tratamento da Covid-19”, explicou a diretora do INI, Valdilea Veloso.

O Solidarity citado por Valdileia é um ensaio clínico randomizado e adaptativo coordenado no Brasil pela Fiocruz, e permite que com o surgimento de novas evidências científicas ao longo de estudos, sejam possivel alterações das propostas terapêuticas.

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