Buscas por desaparecidos na queda da ponte entre Tocantins e Maranhão são retomadas
[Foto: Divulgação / Marinha do Brasil]
Mergulhadores da Marinha e do Corpo de Bombeiros retomaram na manhã deste sábado (28/12) as buscas por desaparecidos após o colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada na BR-226, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Os trabalhos foram interrompidos ontem (27) devido ao risco de desabamento da parte remanescente da estrutura.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que, após a instalação de equipamentos de monitoramento, foi constatada estabilidade na estrutura restante, permitindo a retomada das operações. “O monitoramento da estrutura está sendo feito de forma contínua”, destacou o DNIT.
As equipes de mergulho atuam em profundidades que variam de 20 a 60 metros. Para apoiar as buscas, a Petrobras e a Transpetro disponibilizaram robôs e equipes técnicas. Além disso, novos equipamentos da Marinha chegaram ao local, incluindo uma câmara hiperbárica e reguladores de mergulho independentes, permitindo maior duração das operações subaquáticas.
Até o momento, nove mortes foram confirmadas e oito pessoas continuam desaparecidas. Uma vítima foi resgatada com vida. Ontem, o número de mortos foi revisado pela Marinha após a identificação de um corpo encontrado no final do dia.
Na quinta-feira (26), mergulhadores localizaram caminhões que transportavam agrotóxicos e ácido sulfúrico submersos a cerca de 35 metros no Rio Tocantins. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) emitiu parecer técnico indicando que não há risco de contaminação da água e informou que monitoramentos continuarão sendo realizados.
Enquanto isso, o DNIT anunciou que uma força-tarefa está em operação para apoiar a população local, incluindo a contratação de balsas para travessia do rio e investigação das causas do acidente. O governo federal destinou mais de R$ 100 milhões para a retirada dos escombros e recuperação da estrutura.
Rotas alterantivas
Duas rotas alternativas foram estabelecidas para permitir o deslocamento entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) enquanto a ponte não for reconstruída.
Rota 1 – Acesso à BR-226/MA: Darcinópolis/TO até Imperatriz/MA (191,0 quilômetros):
TO-134/BR-230 (Darcinópolis/TO – Axixá do Tocantins/TO, 149 quilômetros)
TO-201 (Axixá do Tocantins/TO – Sítio Novo do Tocantins/TO, 15,1 quilômetros)
TO-126 (Sítio Novo do Tocantins/TO – Imperatriz/MA, 26,9 quilômetros) e seguir pela BR-226/MA.
Rota 2 – Acesso à BR-230/TO: Estreito/MA até Imperatriz/MA (125,0 quilômetros):
BR-226/MA: Os usuários devem acessar a rodovia em Estreito/MA até Porto Franco/MA (30,0 quilômetros)
BR-010/MA: De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA (100,0 quilômetros) e seguir pela TO- 126.
O acidente
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que conecta os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou na tarde de domingo (22/12), resultando em uma tragédia que mobiliza equipes de resgate. Até o momento, foi confirmada a morte de uma mulher de 25 anos. Um homem, de 36 anos, foi resgatado com vida e levado por populares ao hospital em Estreito. Segundo informações da Polícia Militar do Estado do Tocantins (PMTO), ao menos 12 pessoas seguem desaparecidas após o acidente, incluindo duas crianças.
Governadores de ambos os estados se manifestaram sobre o ocorrido. Carlos Brandão, do Maranhão, lamentou o acidente, confirmou as vítimas e destacou o suporte prestado pelo governo estadual. Já Wanderlei Barbosa, do Tocantins, ressaltou a gravidade da situação, com a queda de veículos e motocicletas no rio, cuja profundidade no local é superior a 50 metros.
O Corpo de Bombeiros do Maranhão e Tocantins, junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), trabalham nas buscas por desaparecidos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que o trecho foi totalmente interditado, enquanto equipes técnicas estão a caminho para avaliar as causas do colapso e definir medidas emergenciais.
O vão central da ponte, que tem 533 metros de extensão, foi o que cedeu. Além de comprometer a travessia entre os estados, o desabamento impacta o tráfego na região, forçando motoristas a utilizarem rotas alternativas.
*Com informações de DNIT