A wide view of the Security Council Chamber as the Security Council meets on the situation in the Middle East.
[Foto: Ilustrativa / Loey Felipe / UN Photo]
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou, neste domingo (22/06), sua terceira reunião de emergência para discutir a crescente tensão envolvendo os ataques recentes entre Estados Unidos, Irã e Israel. A sessão, segundo informou a ONU, foi solicitada pelo governo iraniano, que pede uma condenação formal aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos contra três instalações nucleares em seu território, no sábado (21).
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para o risco de um ciclo contínuo de “retaliação após retaliação” e defendeu a retomada da diplomacia. Ele reforçou a importância de preservar a segurança dos civis, garantir a navegação marítima e restabelecer negociações sérias e sustentadas sobre o programa nuclear iraniano.
Guterres também destacou a necessidade de respeito ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e ao acesso irrestrito dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) às instalações nucleares do Irã. Segundo ele, o tratado é um dos pilares fundamentais da paz e segurança internacionais.
Durante a reunião, o subsecretário-geral assistente da ONU para Assuntos Políticos, Miroslav Jenca, informou que, uma hora após os ataques dos EUA, a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã lançou cerca de 40 mísseis contra alvos em Israel. Autoridades israelenses relataram mais de 85 feridos e danos graves a edifícios residenciais em Tel Aviv e regiões próximas.
Em resposta, as Forças de Defesa de Israel executaram ataques aéreos com 30 caças, atingindo dezenas de alvos militares em cidades como Teerã, Tabriz e Yazd. Segundo o Ministério da Saúde iraniano, os bombardeios deixaram 430 mortos e mais de 3,5 mil feridos — a maioria civis. Israel também registrou 25 mortos e 1,3 mil feridos desde o início dos confrontos.
O diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, afirmou que o regime internacional de não proliferação nuclear está sob ameaça e destacou a urgência de se retomar a diplomacia. Ele alertou que os recentes ataques agravaram ainda mais a situação, colocando em risco a estabilidade regional.
As Nações Unidas seguem apelando para que os Estados-membros ajam conforme a Carta da ONU e o direito internacional, em busca de uma solução pacífica para o conflito.
AIEA
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou neste domingo (22) que não há indícios de aumento nos níveis de radiação fora das instalações nucleares iranianas atingidas por ataques aéreos dos Estados Unidos.
De acordo com a AIEA, as usinas continham urânio enriquecido em diferentes níveis antes do início da campanha aérea lançada por Israel em 13 de junho. As informações são consideradas sensíveis, pois há potencial de contaminação radioativa e química caso estruturas desse tipo sejam danificadas.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Diretores da agência para esta segunda-feira (23), com o objetivo de avaliar os impactos dos bombardeios sobre a segurança nuclear no país.
A situação é tida como “cada vez mais grave em termos de segurança nuclear”, declarou a agência em comunicado oficial. Apesar de não haver relatos de contaminação fora das instalações, a AIEA afirmou que ainda realizará avaliações adicionais e fornecerá atualizações conforme novos dados forem obtidos.
Bombardeios
Os EUA anunciaram na noite de sexta-feira (21/06) bombardeios, que, segundo o presidente Trump, destruíram completamente as instalações nucleares iranianas de Fordo, Natanz e Esfahan. A operação foi descrita por Trump como um “sucesso militar espetacular”.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 21, 2025
O governo iraniano, por sua vez, afirmou que não iniciou o conflito, mas prometeu responder caso a agressão continue. O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, declarou que o país segue comprometido com a diplomacia, mas que responderá de forma decisiva se necessário.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou neste domingo (22) um pronunciamento em apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, após os ataques norte-americanos às instalações nucleares do Irã. Segundo Netanyahu, a operação representa um marco histórico que pode abrir caminho para um futuro de “prosperidade e paz”.
“Parabéns, presidente Trump. Sua decisão ousada de atacar as instalações nucleares do Irã com a força impressionante e justa dos Estados Unidos mudará a história”, declarou Netanyahu.
*Com informações de ONU
