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Santa Catarina busca expandir vacinação contra gripe até os 12 anos

[Foto: Divulgação / Myke Sena / MS]

A Secretaria de Saúde de Santa Catarina enviou um ofício ao Ministério da Saúde solicitando a ampliação da faixa etária de crianças consideradas grupo prioritário para vacinação contra a gripe. Atualmente, no Sistema Único de Saúde (SUS), apenas crianças com idade entre 6 meses e 5 anos são indicadas para receber a dose, além de grupos prioritários.

No documento dirigido à secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, a secretária de Saúde de Santa Catarina, Carmen Zanotto, destaca a antecipação da circulação de vírus respiratórios no estado, incluindo o da influenza. Zanotto ressalta que os dados indicam um aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

De acordo com o ofício, os casos de SRAG causados por influenza já representam mais de 10% do total registrado em estado. O documento enfatiza que 40% das SRAG por influenza ocorrem entre crianças de 6 meses a 12 anos de idade e 40% entre idosos com mais de 60 anos.

Além disso, há menção quanto a ocupação elevada dos leitos de UTI neonatal e pediátricos, com taxas acima de 90% em algumas regiões do estado, relacionando a demanda hospitalar causada pela gripe e outras doenças respiratórias.

Campanha de Vacinação

A Campanha de vacinação contra a gripe teve início em 25 de março e segue até o dia 31 de maio. As doses aplicadas neste ano visam proteger contra a Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B.

O objetivo é buscar a proteção dos brasileiros antes do aumento da circulação de vírus respiratórios no país.

Segundo o Ministério da Saúde, a expectativa é imunizar 75 milhões de pessoas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este ano, a vacinação contra a influenza ocorrerá no primeiro semestre nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, enquanto o Norte começará a aplicação das doses apenas no segundo semestre, devido às particularidades climáticas da região.

Podem se vacinar

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
  • Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
  • Trabalhadores da Saúde;
  • Gestantes;
  • Puérperas;
  • Professores dos ensinos básico e superior;
  • Povos indígenas;
  • Idosos com 60 anos ou mais;
  • Pessoas em situação de rua;
  • Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
  • Profissionais das Forças Armadas;
  • Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Caminhoneiros;
  • Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
  • Trabalhadores portuários
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos)

Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez deverão tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.

De acordo com o Ministério da Saúde, todos aqueles que tomaram o imunizante em 2023 ou nos anos anteriores também devem receber a vacina atualizada deste ano.

Fiocruz

O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta semana, mostra o aumento das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país. O destaque recai principalmente para o vírus sincicial respiratório (VSR) e o vírus da gripe, influenza A. Desde o início de 2024, o Brasil já registrou 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave.

Nas últimas quatro semanas analisadas, 54,9% dos casos de síndromes respiratórias foram atribuídos ao vírus sincicial, enquanto 20,8% foram causados pelo influenza A, o vírus da gripe. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ressaltou a importância da vacinação contra a gripe como medida preventiva para evitar complicações graves da doença. Ele destacou que, assim como a vacinação contra a Covid-19, a vacina contra a gripe é essencial para reduzir o risco de agravamento de um resfriado, que pode levar à hospitalização e até mesmo ao óbito.

“Para o vírus da gripe, a gente conta com vacina e campanha de vacinação em todo o país. Então quem é grupo de risco, deve buscar o posto de saúde para se vacinar. A vacina da gripe, tal qual a vacina da Covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode acabar desencadeando uma internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, ressaltou Marcelo Gomes.

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