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RS registra mais duas mortes por Leptospirose relacionadas às enchentes

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[Foto: Ilustrativa / Gustavo Mansur / Palácio Piratini]

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) confirmou, nesta sexta-feira (24/05), mais duas mortes por leptospirose decorrentes das recentes enchentes no estado. As vítimas são dois homens, de 56 e 50 anos, moradores de Cachoeirinha e Porto Alegre, respectivamente. As mortes ocorreram em 18 e 19 de maio, e foram confirmadas pelo Laboratório Central (Lacen) do estado. Em todo o estado gaúcho já foram notificados 1.140 casos de leptospirose.

Com esses casos, o número total de óbitos pela doença ligados às enchentes sobe para quatro, incluindo casos anteriores em Venâncio Aires e Travesseiro. Além disso, há quatro mortes em investigação nas cidades de Encantado, Sapucaia, Viamão e Tramandaí. Em maio, o estado já registrou 54 casos confirmados de leptospirose.

Leptospirose

A leptospirose, uma doença infecciosa febril aguda, é transmitida pela exposição à urina de animais infectados, principalmente ratos, presente na água ou lama de enchentes. A Secretaria da Saúde alerta para a importância de buscar atendimento médico imediato ao apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo e calafrios.

“Mesmo que a leptospirose seja uma doença endêmica, com circulação sistemática, episódios como alagamentos aumentam a chance de infecção. Por isso, é importante que a população procure um serviço de saúde logo nos primeiros sintomas: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios”, informou a Secretaria de Estado de Saúde do Rio Grande do Sul.

Ainda segundo a SES-RS, o tratamento com antibióticos deve começar assim que houver suspeita da doença, especialmente para pessoas provenientes de áreas alagadas. A secretaria recomenda a desinfecção de ambientes invadidos por água de enchente com água sanitária e a manutenção de terrenos limpos para prevenir a presença de roedores.

Fiocruz

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) informou, na quarta-feira (22/05), o envio de kits para diagnóstico molecular de leptospirose ao Rio Grande do Sul, região severamente afetada por enchentes desde o final de abril. Os kits, que detectam o DNA da bactéria Leptospira por meio de testes de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), foram enviados ao Laboratório Central de Saúde Pública do estado (Lacen-RS) a pedido do Ministério da Saúde.

A ação ocorreu após o segundo óbito registrado no estado em decorrência da leptospirose. O paciente, um homem de 33 anos residente de Venâncio Aires, teve contato com água da enchente. O primeiro óbito recente pela doença no estado ocorreu em Travesseiro, no Vale do Taquari, uma das áreas mais atingidas pelas enchentes. Um homem de 67 anos morreu na última sexta-feira (17/05) após contrair a infecção, com a confirmação do óbito pela secretaria municipal de saúde no domingo (19/05).

Segundo a Fiocruz, a colaboração é mais um esforço conjunto entre o Laboratório de Referência Nacional para Leptospirose do IOC/Fiocruz e o Lacen-RS, que já realizaram treinamentos e capacitações anteriormente. O laboratório do IOC/Fiocruz, credenciado pela OMS desde 2008, atua na definição de casos suspeitos e na consultoria para resolução de surtos de leptospirose na América Latina e Caribe.

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