Ministro da Defesa nega que militares tenham viés ideológico ou participem da política
Foto: Pedro França/Agência Senado
Na audiência pública realizada nesta quinta-feira (4) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, e os comandantes das Forças Armadas responderam a questionamentos dos senadores sobre projetos e perspectivas da pasta. Um dos temas abordados foi a defesa cibernética, já que o Brasil foi o segundo país que mais recebeu ataques em 2022.
Durante a audiência, o presidente da CRE, Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou ao ministro se os militares brasileiros se conduzem por viés ideológico e participam da política. Em resposta, Múcio negou que as Forças Armadas tenham viés ideológico ou participem da política. Ele enfatizou que a atuação das Forças tem sido “extremamente louvável” nos últimos episódios que o país tem presenciado.
Múcio ainda afirmou que o Ministério e as Forças Armadas têm como demanda principal o aumento dos investimentos na área de defesa nacional. Para isso, a pasta defende que o orçamento para a defesa esteja atrelado ao Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, os recursos da pasta correspondem a 1,1% do PIB, mas não há vinculação.
O ministro pediu ajuda aos senadores para a fixação do orçamento, independente de governo, de forma a permitir que o Ministério e as Forças Armadas possam planejar para o futuro sem interrupções. Ele também defendeu o fomento da indústria nacional de defesa.
Segundo Múcio, o governo já sinalizou para que o ministério apresente uma proposta de crescimento gradativo dos recursos em relação ao PIB, de forma que alcance, aos poucos, o mínimo de 2%, percentual recomendado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Por fim, o ministro salientou que a produção e aquisição de produtos, como aviões e submarinos, “são o caminho de desenvolvimento para a sociedade”. Ele ressaltou que esse tipo de compra e venda sempre passa pela diplomacia brasileira.