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HPV: Pacientes com papilomatose respiratória recorrente são incluídos na vacinação prioritária

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[Foto: Divulgação / Rodrigo Nunes / MS]

Os pacientes diagnosticados com papilomatose respiratória recorrente (PRR) foram adicionados, a partir da segunda-feira (22/04), ao grupo prioritário para receber a vacinação contra o HPV. Segundo informações do Ministério da Saúde, a inclusão foi motivada por uma série de estudos que destacaram os benefícios da vacina como um tratamento complementar para esses pacientes, demonstrando uma significativa redução no número e na frequência de recidivas entre aqueles que foram imunizados. A vacina estará disponível mediante apresentação de prescrição médica, e para menores de 18 anos, será necessária a autorização dos pais ou responsáveis.

Ainda de acordo com a pasta, desde o surgimento da vacina contra o HPV em 2006, tem sido estudado o seu papel como um complemento ao tratamento da PRR, analisando a redução no número de intervenções cirúrgicas e recidivas entre os pacientes vacinados em comparação com aqueles tratados apenas de forma convencional. e os resultados desses estudoslevaram o Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) do Ministério da Saúde a incluir os pacientes portadores de PRR no grupo prioritário para vacinação contra o HPV, após uma cuidadosa avaliação das evidências disponíveis.

O público-alvo da vacinação contra a doença é formado por meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade, bem como pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual e outras condições específicas, conforme disposto no Programa Nacional de Imunizações (PNI), podendo receber a vacina até os 45 anos. Com a recente decisão do ministério, os pacientes com papilomatose respiratoria também foram inclusos nos grupo prioritário para vacinação.

PRR e tratamento

A PRR é uma condição rara, geralmente benigna, que pode causar impactos clínicos e psicológicos nas pessoas afetadas. A doença, que pode surgir tanto em crianças quanto em adultos, é causada pelo papilomavírus humano (HPV), principalmente pelos tipos 6 e 11, e se caracteriza pelo surgimento de verrugas, frequentemente na laringe, mas também em outras partes do sistema respiratório.

O tratamento convencional da PRR envolve procedimentos cirúrgicos para remover as verrugas das cordas vocais e da laringe. No entanto, mesmo com o uso de medicamentos complementares, as recorrências são comuns, levando muitas vezes a múltiplas intervenções cirúrgicas. Em casos mais graves, especialmente em crianças, as recidivas podem ser mais agressivas, resultando em um prognóstico desafiador. Por isso, o tratamento é muitas vezes caro, doloroso e nem sempre eficaz.

HPV

O HPV é reconhecido como a infecção sexualmente transmissível mais comum globalmente. Ele está diretamente ligado ao desenvolvimento de praticamente todos os casos de câncer de colo do útero, assim como diversos outros tipos de tumores em ambos os sexos. Além disso, o HPV pode causar verrugas anogenitais na região genital e anal, e em certos casos, levar ao surgimento de câncer, dependendo do tipo de vírus envolvido. Dessa forma, a infecção pelo HPV é classificada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), demandando atenção especial e medidas preventivas adequadas.

Em 2023, foram administradas mais de 6,1 milhões de doses da vacina em todo o país, o que representa o maior número desde 2018, quando foram aplicadas 5,1 milhões de doses. Esse aumento reflete o esforço conjunto de estados, municípios e Ministério da Saúde no Movimento Nacional pela Vacinação, revertendo a tendência de queda nas coberturas dos principais imunizantes do calendário definido pelo PNI.

Testagem molecular

Em março deste ano, foi anunciada a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) da tecnologia de testagem molecular para auxiliar no diagnóstico rápido e preciso do vírus HPV, bem como no rastreamento do câncer de colo do útero. Esta medida visa contribuir para a detecção precoce e eficaz da doença, visando a redução dos casos, especialmente no estado do Rio de Janeiro, onde 1.540 mulheres são diagnosticadas com câncer de colo do útero anualmente.

Em 2023, foram investidos R$ 18 milhões em um projeto piloto de testagem realizado em Pernambuco, demonstrando o compromisso com a implementação dessa tecnologia. Uma das prioridades da Ministério da Saúde é eliminar o câncer de colo do útero como um problema de saúde pública no Brasil.

Dose única

O Ministério da Saúde divulgou, no início do mês, uma atualização no esquema de vacinação contra o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). De acordo com uma Nota Técnica, a vacinação será realizada em dose única, substituindo o antigo esquema em duas aplicações. O objetivo é dobrar a capacidade de imunização dos estoques disponíveis no país, além de fomentar a adesão à vacinação e ampliar a cobertura vacinal.

Segundo o Governo Federal, a decisão foi fundamentada em estudos que comprovam a eficácia do esquema em dose única, em consonância com as diretrizes mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Com essa determinação, o Brasil se alinha a outros 37 países que já adotaram o esquema de dose única, seguindo recomendações internacionais e buscando resultados positivos na proteção da população contra o vírus HPV.

“A nota técnica recomenda que os estados e municípios realizem busca ativa para garantir que jovens brasileiros de até 19 anos tenham acesso à vacina contra o HPV. Nesses casos, poderão receber o esquema em dose única todas as pessoas dentro dessa faixa etária que não receberam uma ou duas doses do imunizante no período recomendado.”

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