Ex-presidente e ex-vice-presidente da Funai são indiciados pela Polícia Federal por duplo-homicídio de indigenista e jornalista
[Foto: Ilustrativa]
A Polícia Federal anunciou hoje(19/05) a concretização nesta semana do indiciamento do ex-presidente e ex-vice-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) pelo crime de dolo eventual no caso do duplo-homicídio do indigenista Bruno Araújo Pereira, funcionário da Funai, e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian.
Segundo as investigações, os ex-dirigentes foram informados, durante uma reunião da Funai realizada em 9 de outubro de 2019, e por meio de outros documentos, sobre o risco de vida enfrentado pelos servidores do órgão. No entanto, não tomaram as medidas necessárias para garantir a proteção e segurança dos funcionários. Como resultado de suas omissões, teriam assumido o risco do desfecho trágico que culminou no duplo-homicídio.
O indiciamento dos ex-presidente e ex-vice-presidente da Funai evidencia a responsabilidade que lhes é atribuída pelos investigadores do caso. O dolo eventual se caracteriza quando o agente, embora não tenha a intenção direta de causar o resultado criminoso, assume o risco de produzi-lo ao agir de forma negligente. Nesse sentido, as autoridades concluíram que os ex-dirigentes tinham ciência do perigo enfrentado pelos servidores da Funai e, mesmo assim, deixaram de adotar as medidas adequadas para garantir sua segurança, o que resultou na tragédia que chocou o país.
A morte do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips gerou repercussão nacional e internacional, evidenciando a importância de se assegurar a proteção dos profissionais envolvidos na defesa dos direitos dos povos indígenas e na cobertura jornalística de temas sensíveis. O indiciamento dos ex-dirigentes da Funai representa um passo no sentido de responsabilizar aqueles que falharam em garantir a integridade e a vida daqueles que estavam sob sua responsabilidade.
A tragédia que vitimou Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips também evidencia a importância de se fortalecer a segurança e a proteção dos profissionais envolvidos em atividades de alto risco, especialmente aqueles que atuam em áreas sensíveis e com vulnerabilidade.
Com informações da Comunicação Social da PF no AM.
