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Delegado Rivaldo Barbosa nega relação com irmãos Brazão em depoimento na Câmara dos Deputados

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[Foto: Richard Souza / AN]

O delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, negou reiteradamente, nesta segunda-feira (15/07), qualquer vínculo com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.

Barbosa, que está preso sob a acusação de comprometer as investigações do assassinato, prestou depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), que é deputado, enfrenta um processo no mesmo conselho que pode resultar na cassação de seu mandato por quebra de decoro.

Negação de Relação com os Irmãos Brazão

Durante o depoimento, Barbosa foi categórico ao afirmar que sua indicação para o cargo de chefia na Polícia Civil não foi influenciada pelos irmãos Brazão. “Desde o dia em que eu nasci, eu nunca falei com nenhum irmão Brazão. Eu nunca falei com essas pessoas na minha vida”, declarou Barbosa, que assumiu o cargo de chefe de Polícia Civil dias antes do assassinato de Marielle e Anderson, em março de 2018.

Barbosa ressaltou que está preso há quase quatro meses e destacou sua atuação ao indicar o delegado Giniton Lages, responsável pela prisão de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes. “Eu estou aqui preso há quase quatro meses, e a única coisa que eu fiz foi indicar o delegado Giniton [Lages], que efetivamente prendeu com provas técnicas o Ronnie Lessa”, disse.

A Milícia no Rio de Janeiro

Barbosa qualificou a milícia como um “câncer no Rio de Janeiro”, mencionando que sua luta contra essas organizações é a razão de sua atual situação. “Eu lutei muito contra essas milícias e hoje estou aqui em razão disso”, afirmou.

Relatório da Polícia Federal

O relatório da Polícia Federal aponta que a Delegacia de Homicídios, sob a responsabilidade de Giniton Lages, não apenas se absteve de promover diligências eficazes, mas também contribuiu para a sabotagem das investigações. O documento destaca, por exemplo, a negligência na coleta de imagens do veículo utilizado no crime.

Questionamento pelo Deputado Chico Alencar

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) questionou Barbosa sobre ações policiais que teriam dificultado as investigações. Alencar mencionou a delação de Ronnie Lessa, que acusou Barbosa de ter garantido aos irmãos Brazão que o crime permaneceria impune.

“A gente viu que uma série de elementos necessários para investigação foram perdidos, foi tudo muito dificultado. O que é que o senhor diz a respeito disso, é uma tremenda invenção do réu, do assassino confesso?”, indagou Alencar.

Barbosa refutou as acusações de Lessa. “Com certeza absoluta. Eu nunca, na minha vida, faria qualquer coisa nesse sentido. O Ronnie Lessa foi preso por quem? Pelo delegado Giniton. Quem colocou ele lá, o delegado Rivaldo. Agora ele se volta contra quem? Contra quem efetivamente investigou [o crime]”, respondeu. “Isso é uma mentira desse assassino, que foi preso pelo delegado que eu indiquei.”

A situação de Barbosa e o andamento do processo contra Chiquinho Brazão seguem em análise pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

Com informações da Agência Câmara de Notícias.

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