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CPMI do 8 de Janeiro pode recomendar indiciamento de ex-presidente Bolsonaro após depoimento de hacker

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[Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado]

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, declarou que a comissão possui “fortes condições” para recomendar o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro após o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto. No entanto, ela ressaltou que é necessário “compatibilizar” as declarações de Delgatti com evidências documentais.

Durante o depoimento, Delgatti acusou Bolsonaro de solicitar a ele um código falso para simular uma fraude nas urnas eletrônicas e também de prometer indulto caso ele assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A senadora Eliziane Gama informou que apresentará requerimentos solicitando a quebra de sigilos das pessoas mencionadas por Delgatti, incluindo Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira. Além disso, essas pessoas poderão ser convocadas para depoimento e acareação.

Os requerimentos também buscam acesso aos sigilos telemáticos (histórico de contatos e mensagens) e aos relatórios de inteligência financeira (RIFs) produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para identificar movimentações financeiras atípicas.

A relatora considerou o depoimento de Delgatti como um momento crucial para o trabalho da CPMI, destacando a gravidade das informações apresentadas.

Por sua vez, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu que a CPMI intensificasse as investigações sobre o ex-presidente, afirmando que agora há provas da intenção definitiva do governo Bolsonaro.

A CPMI também discutiu a segurança das urnas eletrônicas, pois Delgatti defendeu a introdução do comprovante impresso de voto. O senador Marcos Rogério (PL-RO) destacou a necessidade de investigar a segurança das urnas eletrônicas e afirmou que não deve haver seletividade nas investigações.

Ao final da reunião, a senadora Eliziane Gama informou que consultaria a Procuradoria-Geral da República sobre a possibilidade de enquadrar Walter Delgatti Neto na hipótese de delação premiada com base no depoimento, o que poderia ser um precedente, pois esse instrumento ainda não foi utilizado por nenhuma CPI. Além disso, a CPMI encaminhará ofícios solicitando que Delgatti seja incluído no Programa Federal de Assistência às Vítimas e às Testemunhas Ameaçadas (Provita).

Com informações da Agência Senado.

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