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CPMI do 8 de janeiro: Os depoimentos e os próximos passos da comissão

[Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado]

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos e omissões ocorridos durante os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 já colheu 19 depoimentos desde o início de seus trabalhos, em maio, até esta última semana de setembro. A lista de depoentes inclui uma variedade de figuras, desde hackers até ex-ministros, e aborda possíveis financiadores desses atos que colocaram em risco a democracia brasileira. Com sete semanas restantes até o prazo final de funcionamento, a CPMI busca concluir suas investigações antes da data prevista.

Já prestaram depoimento:

  • Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, que negou que a instituição tenha concentrado fiscalização no Nordeste para prejudicar eleitores de Lula.
  • Leonardo de Castro, delegado da PCDF, que relacionou os condenados pelo atentado a bomba perto do Aeroporto de Brasília à tentativa de invasão da Polícia Federal.
  • George Washington de Oliveira Sousa, um dos condenados por planejar a explosão do caminhão-tanque no aeroporto.
  • Jorge Eduardo Naime, coronel da PMDF, que comandava o Departamento de Operações da corporação até janeiro deste ano.
  • Jean Lawand Junior, coronel do Exército, que afirmou que as mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid não estimulavam um golpe de Estado.
  • Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que não respondeu às perguntas na CPMI.
  • Saulo Moura da Cunha, oficial de inteligência e ex-diretor da Abin, que falou sobre relatórios da agência indicando certa organização de grupos extremistas antes dos atos antidemocráticos.
  • Anderson Torres, delegado da Polícia Federal e ex-ministro da Justiça, que afirmou não ter vínculos com a chamada “minuta do golpe”.
  • Adriano Machado, repórter fotográfico, que fotografou os ataques dos invasores durante o evento.
  • Walter Delgatti Neto, hacker preso por inserção de dados falsos sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões do CNJ.
  • Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército, que movimentou mais de R$ 3 milhões e afirmou que as transações decorriam de um consórcio entre militares.
  • Fábio Augusto Vieira, coronel da Polícia Militar e ex-comandante da PM do DF, que permaneceu em silêncio durante seu depoimento.
  • Marco Edson Gonçalves Dias, general do Exército conhecido como GDias, que comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos ataques golpistas.
  • Marcela da Silva Morais Pinno, cabo da PM do Distrito Federal, que atuou na repressão aos atos golpistas e foi chamada de heroína por membros da CPMI.
  • Gustavo Henrique Dutra de Menezes, general do Exército e ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), que negou ter sido pressionado para manter o acampamento golpista.
  • Wellington Macedo de Souza, blogueiro que permaneceu em silêncio e foi preso recentemente no Paraguai.
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira, general da reserva do Exército e ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

O presidente da CPMI considera fundamental abordar as fontes de financiamento dos ataques antidemocráticos e pretende chamar aqueles apontados como financiadores para depor. Os depoimentos até agora têm lançado luz sobre a complexidade e gravidade dos eventos de 8 de janeiro, e a comissão busca esclarecer responsabilidades.

A CPMI dos Ataques Antidemocráticos está em uma fase crítica de coleta de depoimentos, buscando entender as nuances e ramificações dos eventos de janeiro de 2023. Com o prazo final se aproximando, os parlamentares estão empenhados em concluir suas investigações e apresentar um relatório abrangente sobre os acontecimentos e as implicações para a democracia brasileira.

Com informações da Agência Senado.

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