Ações de prevenção e segurança para escolas são discutidas por vereadores do Rio
[Foto: Richard Souza / AEF]
Nesta quarta-feira (18/05), uma frente parlamentar criada na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro discutiu a segurança nas escolas municipais, abordando as ações de prevenção que serão implementadas para combater a violência nas unidades escolares.
No encontro, o professor Hugo Nepomuceno representou o secretário municipal de educação, Renan Ferreirinha, e apresentou algumas medidas adotadas pela secretaria. Uma delas foi a capacitação de mais de 1.000 profissionais para lidar com a dinâmica da violência, incluindo questões de convivência nas escolas. Nepomuceno também mencionou o aplicativo “Escola Segura”, que contou com a participação de mais de 1.500 profissionais.
O aplicativo “Escola Segura” foi lançado pela Prefeitura do Rio no final de abril, com o objetivo de monitorar diferentes tipos de violência nas 1.549 unidades de ensino da rede e agilizar a comunicação entre escolas, coordenadorias regionais de educação, a sede da Secretaria Municipal de Educação e outros órgãos públicos. Vale ressaltar que a utilização do aplicativo, que deve ser feita pela equipe gestora da unidade escolar, não substitui a necessidade de acionar o número 190 da Polícia Militar.
“Desde o lançamento do aplicativo, finalizamos o ciclo com os diretores, com a participação de mais de 1.500 profissionais. Vamos avançar na formação dos adjuntos e dos coordenadores pedagógicos. Precisamos criar uma cultura de notificação. Isso é rotina. É prática”, afirmou Nepomuceno.
Segundo o representante da Secretaria Municipal de Educação (SME), o objetivo do aplicativo é qualificar as notificações para aprimorar as ações preventivas no ambiente escolar, não sendo sua finalidade evitar a violência em si.
“Os casos de agressão nas escolas precisam ter visibilidade. O papel do aplicativo é lidar com o que acontece no cotidiano da escola. Acreditamos que os casos vão diminuir”, complementou Hugo Nepomuceno.
Por sua vez, o presidente da frente parlamentar, vereador Célio Lupparelli, acredita que as medidas de prevenção não se resumem apenas à colocação de porteiros ou policiais nas portas das unidades de ensino da cidade.
“Achamos a ideia interessante, mas não vai solucionar o problema. A violência não pode ser minimizada. Trata-se de um tema complexo e a ação deve ser conjunta, envolvendo atores como a família, a igreja, o Estado, a mídia e os educadores”, destacou o parlamentar.
Lupparelli também sugere a instalação de detectores nas salas de aula como parte da solução para enfrentar a violência escolar.
Carência de profissionais
Segundo a vereadora Luciana Boiteux (PSOL), existe uma carência de profissionais na rede municipal de ensino, incluindo porteiros, psicólogos e assistentes sociais.
“Tem sido denunciada a escassez de profissionais na rede municipal de ensino. Atualmente, o número é insuficiente e nem todos estão alocados na secretaria. Não há dúvidas sobre a importância desses profissionais na prevenção da violência nas escolas”, destacou a vereadora.
O representante do Ministério Público, Roberto Mauro, ressaltou as dificuldades enfrentadas na rede e mencionou que, devido a essas questões, “torna-se mais difícil estabelecer uma cultura de paz e prevenção contra atos de violência”.
“Uma escola com número reduzido de professores, sem inspetores e sem infraestrutura adequada para atender os alunos é uma escola propensa à violência. Nesse ambiente, é mais desafiador estabelecer uma cultura de paz e prevenir atos de violência”, afirmou.
A representante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) destacou os números de profissionais atualmente trabalhando na rede municipal de ensino: 76 psicólogos e 75 assistentes sociais para atender mais de 8 mil crianças.
“Fizemos um concurso para educar e não para garantir segurança. Precisamos de espaços que promovam uma cultura de educação integral, com profissionais concursados. Defendemos que nas unidades escolares existam educadores de fato”, ressaltou Samanta Guedes.