Governo planeja medidas para reduzir preços dos alimentos
[Foto: Ilustrativa / Richard Souza/AN]
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (22/01), no programa Bom Dia, Ministro, que o Governo Federal realizará reuniões com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda para discutir ações destinadas a reduzir o custo dos alimentos.
“Vamos fazer algumas reuniões, com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda, para buscar um conjunto de ações que sinalizem para o barateamento dos alimentos”, disse o ministro.
Rui Costa destacou que o governo já iniciou conversas com representantes de redes de supermercados e planeja novos encontros com produtores rurais para consolidar propostas que serão implementadas ainda no primeiro bimestre.
“Essa é uma agenda importante que nós vamos monitorar e acompanhar daqui para frente. Isso é fundamental para garantir o aumento do poder aquisitivo, porque não adianta o salário subir se os preços sobem na mesma proporção.”, afirmou Costa.
Cenário atual e desafios climáticos
Em 2024, fatores climáticos extremos, como secas severas e chuvas intensas, prejudicaram a produção de alimentos em várias regiões do país, gerando alta nos preços. Segundo dados do IBGE, o grupo de alimentação e bebidas registrou aumento acumulado de 8% no ano, com alta de 1,47% em dezembro. Produtos como arroz e café foram particularmente impactados pela quebra de safra e pela maior demanda no mercado internacional.
“Tivemos um impacto, em 2024, que foi um ano atípico do ponto de vista climático. Nós tivemos forte seca em muitas regiões e, em outras, muita chuva. Muita produção de arroz foi perdida e isso fez com que, obviamente, tendo menos oferta do que a procura, o preço subisse. Mas a nossa expectativa é que a safra de vários produtos, agora, seja muito melhor, e isso deve contribuir para o barateamento dos alimentos”, concluiu o ministro.
A expectativa do governo é de que as safras de 2025 apresentem melhor desempenho, contribuindo para a estabilização dos preços.
Causa
Especialistas apontam que a valorização do dólar, as quebras de safra e o aumento das exportações são os principais fatores por trás do encarecimento dos alimentos. Gustavo Defendi, diretor da empresa Real Cestas, explicou que eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas, agravaram a situação em 2024.
“O dólar é a principal variável quando falamos de commodities. Além disso, os eventos climáticos e as movimentações do mercado interno e externo influenciam muito”, destacou Defendi.
O café foi citado como exemplo emblemático. “Houve quebra de safra no mercado externo, o que aumentou a demanda por produtos brasileiros. Para os produtores, é mais vantajoso exportar, e isso eleva os preços no mercado interno”, afirmou o especialista.
Propostas para enfrentar o problema
Entre as medidas sugeridas para conter a escalada dos preços, Defendi aponta a regulação das exportações, maior envolvimento da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) e subsídios aos insumos agropecuários como alternativas viáveis.
“Entre as possibilidades, o governo deve considerar novas diretrizes para exportação e maior regulação das quantidades enviadas ao mercado externo, firmando acordos com outros países e envolvendo órgãos como a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) para equilibrar as exportações e proteger o mercado interno”, sugeriu.
O diretor também destacou a importância de ações coordenadas para mitigar os efeitos da inflação alimentar. “O país tem que ter como prioridade colocar alimentos mais acessíveis na mesa dos trabalhadores, alinhando políticas econômicas e sociais para isso”, concluiu Defendi.
Próximos passos do governo
No final de 2024, o Governo Federal realizou uma reunião com representantes das redes de supermercados do país para discutir estratégias voltadas à redução do preço dos alimentos. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, algumas das sugestões apresentadas durante o encontro serão implementadas no primeiro bimestre de 2025, enquanto produtores também serão ouvidos para definir novas medidas de impacto no setor.
*Com informações de Governo Federal