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Arroz importado deverá ser comercializado por no máximo R$4 o quilo, informa Conab

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[Foto: Ilustrativa / LensGo]

O Governo Federal informou, nesta quarta-feira (15/05), que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciará a importação de até 104.034 toneladas de arroz da safra 2023/2024, com o objetivo de vender o produto ao consumidor brasileiro por no máximo R$ 4 o quilo. O primeiro leilão está marcado para a próxima terça-feira (21/05).

De acordo com Edegar Pretto, presidente da Conab, o arroz importado terá uma embalagem especial com o selo do Governo Federal, que destacará o preço máximo de venda ao consumidor. Pesquisa online realizada nesta quarta-feira (15/05) encontrou o quilo do arroz parboilizado em supermercados com preços variando entre R$ 4,50 e R$ 19.

A importação e as diretrizes de venda foram estabelecidas pela Portaria Interministerial MDA/MAPA/MF nº 03, publicada em edição extra do Diário Oficial da União na última terça-feira (14/05). A medida foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para enfrentar as consequências da quebra da safra no Rio Grande do Sul.

O governo federal destinou R$ 100 milhões para “equalização dos preços”, garantindo que o arroz importado seja compatível com os preços do arroz nacional. A operação de importação contará com um fundo de R$ 12 bilhões, criado para apoiar o Rio Grande do Sul.

As primeiras 104 mil toneladas serão destinadas à venda para pequenos varejistas e equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional nas regiões metropolitanas de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, e Ceará. A Conab conduzirá a importação por meio de leilões públicos, com a venda direta aos comerciantes para evitar especulação financeira.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, destacou que o objetivo do governo é estabilizar o preço do arroz sem competir com os produtores locais. A meta é importar até um milhão de toneladas de arroz para recompor os estoques públicos.

“O Governo Federal não pensa em hipótese alguma concorrer com os produtores de arroz que passam por dificuldades. Nosso objetivo é evitar especulação financeira e estabilizar o preço do produto nos mercados de todo o país”, explica o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. “É arroz pronto para consumo, já descascado, para não afetar a relação de produtores, cerealistas e atacadistas”, pontuou o ministro.

Compra de arroz no mercado internacional

Com o objetivo de evitar possíveis aumentos no preço do arroz devido às enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por grande parte da produção nacional do grão, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), informou, na terça-feira (07/05), a adoção de medidas emergenciais. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou que a Companhia compraria arroz já industrializado e empacotado no mercado internacional.

“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores”, explicou o ministro. 

A Conab será autorizada a adquirir 1 milhão de toneladas de arroz empacotado, inicialmente importando 200 mil toneladas dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai, Paraguai e, eventualmente, Bolívia. A medida visa evitar especulações e garantir a estabilidade dos preços no mercado interno.

“Uma das medidas já está sendo preparada, uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras, na ordem de 1 milhão de toneladas, mas não é concorrer. A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, acrescentou o ministro.

ABRAS e Federarroz

De acordo com a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), até o momento, 83% da área total prevista para a safra de arroz no Rio Grande do Sul já foi colhida. A entidade ressalta que o arroz colhido apresenta boa qualidade e produtividade, garantindo assim o abastecimento dos brasileiros.

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, afirmou que as áreas onde a colheita já foi concluída estão registrando boas médias de produtividade. Ele enfatizou que, mesmo com possíveis dificuldades na colheita do restante da safra, o Rio Grande do Sul tem condições de colher uma safra acima das sete milhões de toneladas.

“Já temos um bom volume de arroz e mesmo que a gente tenha dificuldades na colheita deste saldo que falta colher, certamente o Rio Grande do Sul tem plenas condições de colher uma safra bem acima dos sete milhões de toneladas”, destacou.

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) também assegurou que o abastecimento nos supermercados está normalizado, “com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto nas lojas físicas quanto pelo e-commerce”.

A entidade ressaltou, no entanto, a importância de os consumidores evitarem estoques em casa, para que todos tenham acesso contínuo ao produto.

De forma preventiva, a Abras expressou apoio à abertura da importação anunciada pelo governo federal para garantir o abastecimento da população brasileira.

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