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WhatsApp pode ajudar a reduzir sintomas de depressão em idosos, revela estudo

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[Foto: Ilustrativa / LensGo]

Um estudo realizado com idosos no município de Guarulhos, localizado no estado de São Paulo, revelou que o uso do WhatsApp pode ser eficaz na redução dos sintomas de depressão. A pesquisa, recebeu suporte financeiro da Fapesp e foi publicada no periódico Nature Medicine, tendo envolvido 603 participantes com mais de 60 anos, usuários de Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo de intervenção, com 298 pessoas, que recebeu mensagens de WhatsApp duas vezes por dia, quatro dias por semana, durante seis semanas, com conteúdos sobre depressão e ativação comportamental; e um grupo-controle, com 305 pessoas, que recebeu uma única mensagem educacional. Ao final do estudo, 42,4% dos participantes do grupo de intervenção apresentaram melhoria nos sintomas depressivos, em comparação com 32,2% no grupo-controle.

Segundo Marcia Scazufca,professora na pós-graduação do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e pesquisadora científica no Hospital das Clínicas, “este resultado sugere que a intervenção por mensagens móveis foi eficaz no tratamento de curto prazo da depressão em idosos em áreas com recursos limitados de saúde”.

A ferramenta de triagem utilizada foi o PHQ-9, que avalia a presença e gravidade dos sintomas de depressão. Foram selecionados para o estudo aqueles com pontuação de dez ou mais, indicando depressão moderada a grave. As mensagens enviadas aos participantes do grupo de intervenção eram principalmente de voz e imagens, adaptadas para uma fácil compreensão.

Segundo o Governo do Estado de Sao Paulo, o programa, chamado “Viva a Vida”, demonstrou ser um recurso de baixo custo e fácil implementação, com potencial para ser replicado em outras regiões com condições socioeconômicas similares.

“A diferença de pouco mais de dez pontos entre a melhoria dos participantes do grupo de intervenção e dos participantes do grupo-controle talvez pareça pequena, mas, considerando que o programa ‘Viva a Vida’ tem um custo extremamente baixo e o potencial de alcançar uma enorme faixa da população, esses 10% podem significar milhões de pessoas. Além disso, o ‘Viva a Vida’ deve ser visto como um primeiro passo, que pode vir a ser combinado com outras formas de intervenção. É preciso dizer que a grande maioria das pessoas que participaram não recebia antes nenhum tratamento para depressão. Nem estavam diagnosticadas como portadoras desse quadro”, concluiu a pesquisadora.

*Com informações de Governo do estado de SP

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