Saúde e sabor: Chocolate na Páscoa
A Páscoa é conhecida por ser a época mais doce do ano e isso ocorre devido ao aumento do consumo de chocolates e derivados nessa data, tanto por adultos quanto por crianças. No entanto, é importante estar atento a alguns cuidados para não exagerar e causar prejuízos à saúde.
Segundo o Médico do esporte e nutrólogo Thiago Viana, quando o chocolate é consumido com moderação, em sua forma mais pura, ele pode ser responsável por oferecer diversos benefícios para a saúde.
Ainda de acordo com o médico, por possuir alto teor de cacau (preferencialmente acima de 70%), o melhor chocolate para consumo é o amargo, pois este contém antioxidantes e menos açúcar em comparação com outras variedades do mesmo produto.
“O chocolate amargo, com alto teor de cacau, é uma excelente fonte de antioxidantes, como os flavonoides, que podem ajudar a proteger as células do corpo contra danos causados pelos radicais livres. Esses antioxidantes podem contribuir para a saúde do coração, reduzindo a pressão arterial e melhorando a circulação sanguínea”, informou o nutrólogo.
Além disso, por possuir substâncias que estimulam a liberação de serotonina, o consumo de chocolate pode ser benéfico para o humor, como completou Thiago Vianna.
“O chocolate também pode ter efeitos positivos no humor, pois contém substâncias que estimulam a liberação de neurotransmissores associados ao bem-estar, como a serotonina”.
Sobre o consumo diário, o nutrólogo explica que o recomendado é sempre apreciar com moderação, e para que possa usufruir dos benefícios do chocolate à saúde, é importante não exagerar nas calorias e no açúcar, sendo aconselhável o consumo de uma porção diária de 20 a 30 gramas de chocolate amargo. Essa quantidade equivale a 1 a 2 quadradinhos de chocolate do tamanho padrão de barras comercializadas no país.
No entanto, ele destaca ainda que é importante estar atento “às necessidades individuais e ao estilo de vida de cada pessoa, levando em consideração fatores como consumo total de calorias e a presença de outros alimentos ricos em açúcar na dieta”.
Ao leite, amargo e meio amargo
À primeira vista, pode parecer que todos os chocolates são iguais, pois possuem a mesma textura, cor e cheiro, no entanto, há diferenças significativas em cada um deles que divergem na escolha e principalmente no paladar do consumidor.
O chocolate ao leite, por exemplo, não possui muito cacau em sua composição e, por isso, leva uma maior concentração de leite, gordura e açúcar, tornando mais doce a experiência e conquistando o paladar de muitos adultos e crianças.
Por outro lado, o chocolate meio amargo possui um teor de cacau entre 50% e 60%, e segundo a coordenadora do curso de Gastronomia da Universidade Positivo (UP), Leticia Kataniwa, “a proporção entre cacau e açúcar afeta o sabor final do produto”.
O chocolate amargo é o que mais apresenta teor de cacau, sendo de 70% ou mais, e segundo a professora de nutrição da UP, Mariana Etchepare, “do ponto de vista nutricional, o chocolate amargo geralmente é considerado a melhor opção”.
Ainda segundo Mariana, há no mercado diversos produtos com várias concentrações de chocolate amargo, e quanto mais amargo o chocolate for, ou seja, com 70% ou mais de teor de cacau, mais saudável ele é para o organismo, pois terá menos adição de açúcar e menos gordura e calorias.
Chocolate branco
Passando pelas prateleiras do supermercado, é comum encontrarmos diversos tipos e sabores de chocolate, seja em forma de barras, bombons ou ovos, muito comum nessa época do ano. Entre eles, sempre é possível encontrar o chocolate branco, mas a pergunta que persiste é se chocolate branco é chocolate.
É importante destacar que o chocolate branco não possui a matéria-prima das sementes de cacau, como ocorre com o chocolate ao leite, amargo e meio amargo. A gordura da versão branca do chocolate é extraída da pasta de cacau e misturada com leite e açúcar, resultando na versão do chocolate branco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), classificou em um Regulamento Técnico para Chocolates e Produtos de Cacau em 22 de setembro de 2005 (Resolução RDC n 264), que para que o produto seja considerado chocolate ele precisa ter, no mínimo, 25% de sólidos de cacau e que outros produtos podem ser adicionados a essa massa.
Dessa forma, apesar de não ser produzido através da matéria-prima do cacau, e sim de sua pasta, segundo a professora de nutrição da UP, Mariana Etchepare, “o chocolate branco é chocolate porque, embora não seja composto de massa de cacau, é composto de manteiga de cacau e, portanto, pode ser denominado chocolate”.