Rio Grande do Sul registra dois novos óbitos por Leptospirose relacionados às enchentes
[Foto: Ilustrativa / Gustavo Mansur / Palácio Piratini]
A Secretaria da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul confirmou, nesta quarta-feira (29/05), os sexto e sétimo óbitos por leptospirose decorrentes das recentes enchentes no estado. As vítimas, dois homens de 56 e 59 anos, eram residentes de Porto Alegre e Canoas. Os falecimentos ocorreram nos dias 21 e 23 de maio, respectivamente, e a confirmação da causa foi obtida através de análises realizadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). De acordo com informações do governo estadual, até o momento, em maio, foram confirmados 54 casos de leptospirose no estado.
Ainda segundo o governo, devido às dificuldades enfrentadas pelo Lacen na padronização de dados provenientes de múltiplas fontes, os números de casos notificados, confirmados e descartados de leptospirose permanecem inalterados desde a terça-feira (28/5). “Este processo complexo e demorado tem dificultado a validação e consolidação das informações.”O cenário torna a validação e consolidação dos dados um processo demorado e complexo.”
Até o momento foram notificados em todo o estado, 2.327 casos de leptospirose, sendo 141 confirmados pela doença, com 7 óbitos. Além disso, 10 óbtidos seguem em investigação.
Análise de casos
O Laboratório Central (Lacen) do Rio Grande do Sul está analisando mais de 800 amostras de casos suspeitos de leptospirose. A Secretaria de Saúde do estado informou o monitoramento do aumento de casos suspeitos, que estão associados às enchentes e ao consequente aumento da exposição da população à doença.
O Lacen utiliza dois testes para diagnosticar a leptospirose:
- RT-PCR (Teste de Biologia Molecular):
- Detecta a bactéria no organismo do paciente.
- Indicado para amostras coletadas nos primeiros dias de sintomas, até sete dias após o início dos sintomas.
- Teste Diagnóstico Sorológico:
- Detecta o anticorpo produzido pelo organismo em resposta à infecção.
- Indicado para amostras de pacientes com sintomas há sete dias ou mais.
“A realização dos exames está disponível para todos os casos considerados suspeitos e que tiveram exposição à enchente, e de forma gratuita”, ressalta a chefe do Lacen/RS, Loeci Natalina Timm.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente ratos. A infecção pode ocorrer através de lesões na pele ou mucosas, ou mesmo em pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada.
Os principais sintomas são:
- Febre
- Dor de cabeça
- Fraqueza
- Dores no corpo, especialmente nas panturrilhas
- Calafrios
Os sintomas podem aparecer entre 1 e 30 dias após a exposição.
“Ao apresentar os sintomas, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar a exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas. Não é necessário aguardar o diagnóstico laboratorial para o início do tratamento”, informou a SES-RS.
Outras doenças no Rio Grande do Sul
Além da leptospirose, outros agravos de atenção em períodos de enchente, como tétano acidental e acidentes com animais peçonhentos, estão sendo monitorados pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Sendo estas:
- Tétano acidental: 1
- Acidente antirrábico (AAR): 182
- Acidente com animais peçonhentos (AAP): 28
A população é orientada a desinfectar ambientes invadidos por água de chuva com uma solução de água sanitária, além de manter os alimentos bem armazenados e a limpeza dos terrenos para evitar a presença de roedores.
*Com informações de Governo do estado do Rio Grande do Sul