
[Foto: Ilustrativa / Rodrigo Nunes / MS]
A partir desta terça-feira (1º/07), o Ministério da Saúde oficializa a troca da dose de reforço da vacina meningocócica C (conjugada) pela vacina meningocócica ACWY (conjugada) no calendário de vacinação infantil. A alteração foi divulgada em Nota Técnica publicada no dia 24 de junho e tem como objetivo ampliar a proteção contra diferentes sorogrupos da bactéria Neisseria meningitidis, responsável pela meningite bacteriana.
De acordo com a pasta da saúde, a nova vacina ACWY oferece proteção contra os sorogrupos A, C, W e Y. A dose de reforço será aplicada preferencialmente aos 12 meses de idade, complementando as duas doses anteriores da vacina meningocócica C, que são administradas aos 3 e 5 meses. Crianças que não receberem a dose aos 12 meses poderão ser vacinadas até os 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Ainda segundo o minisério, a mudança na vacina de reforço segue diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a eliminação das meningites até 2030.
Esquema de Vacinação contra Meningite – a partir de 1º de julho de 2025
Idade da criança | Dose | Vacina indicada | Proteção contra sorogrupos |
---|---|---|---|
3 meses | 1ª dose (D1) | Meningocócica C (conjugada) | C |
5 meses | 2ª dose (D2) | Meningocócica C (conjugada) | C |
12 meses | Reforço (R) | Meningocócica ACWY (conjugada) | A, C, W, Y |
Meningite no Brasil em 2025
De acordo com informações de Ministério da Saúde, até o momento, em 2025, o Brasil registrou 4.406 casos confirmados de meningite. Desse total, 1.731 foram da forma bacteriana, considerada a mais grave, enquanto 1.584 casos são da meningite viral. Além disso, houve 1.091 registros relacionados a outras causas ou tipos não identificados da doença.
Em relação ao combate à meningite, a pasta informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece outras vacinas importantes, como a BCG, a pentavalente e as pneumocócicas — disponíveis nas versões 10-valente, 13-valente e 23-valente. Esses imunizantes, segundo o ministério, contribuem para a proteção contra diferentes formas da meningite, complementando a vacina meningocócica e ampliando a cobertura preventiva para a população.
Meningite
A meningite é considerada uma doença endêmica no Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2007 e 2020, foram confirmados mais de 265 mil casos da doença no país, sendo as formas virais e bacterianas as mais frequentes. Somente em 2025, o Brasil já registrou 361 casos de meningite causada por meningococo, com 61 óbitos notificados.
A doença é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal — e pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. A forma bacteriana, em especial, apresenta maior gravidade e risco de surtos. A transmissão geralmente ocorre por meio de gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca e vômitos. Diante de qualquer suspeita, a recomendação é procurar atendimento médico imediato. O diagnóstico é feito com base na análise do líquor (líquido cefalorraquidiano), disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).