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Primeiros casos de gripe aviária são identificados em aves silvestres no Brasil

[Foto: Antonio Araujo / Mapa]

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou, nesta segunda-feira (15/05), os primeiros casos de gripe aviária no país. As duas aves silvestres da espécie Thalasseus acuflavidus, conhecida Trinta-réis-bando estavam localizadas no litoral do estado do Espírito Santo.

No mesmo dia, foi foi confirmado a detecção do vírus em uma terceira ave migratória da espécie Sula leucogaster (atobá-pardo), no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram).

A investigação de suspeita aviária iniciou-se na quarta-feira (10/05) quando uma notificação foi recebida pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica. Os animais foram resgatados e foram coletados materiais para diagnóstico e amostras biológicas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO), que foram enviados ao Laboratório Federal. Foi confirmado que se tratava da IAAP de subtipo H5N1.

Este é a primeira notificação da doença registrado no Brasil. No entanto, segundo o Ministério da Agricultura, a notificação do vírus “não afeta o status do Brasil como país livre de IAAP”.

A pasta também enfatizou que os demais países membros da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) “não devem impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros”.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de alerta com o objetivo de “aumentar a mobilização do setor privado e do serviço oficial para fortalecer a preparação nacional, intensificando a vigilância sobre a pandemia de IAAP”.

Gripe Aviária

A influenza aviária, conhecida como gripe aviária, atinge principalmente aves silvestres e domésticas. É uma doença altamente contagiosa e, segundo o Ministério da Agricultura, atualmente o mundo “enfrenta a maior pandemia de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), sendo que a maioria dos casos está relacionada ao contato entre aves silvestres migratórias e aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais”.

O vírus pode ser transmitido aos seres humanos por meio do contato com aves infectadas, vivas ou mortas.

Alguns sintomas da doença em aves são:

  • Andar cambaleante;
  • Pescoço deitado; e
  • Alta mortalidade em uma área.

O Ministério da Agricultura e Pecuária orienta que todos que encontrem uma ave com os sintomas da doença acionem o serviço veterinário de sua cidade ou realizem a notificação no e-Sisbravet.

Ainda de acordo com o ministério, as aves com sintomas da doença não devem ser tocadas ou recolhidas, pois o vírus pode ser encontrado nas fezes e secreções respiratórias dos animais.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), “não há evidências que sugiram que o A(H5), A(H7N9) ou outros vírus da gripe aviária possam ser transmitidos a humanos através da carne ou ovos devidamente preparados”.

De acordo com a Embrapa, a contaminação humana ocorre por meio do contato direto com secreções de aves infectadas, especialmente em feiras de aves vivas, fezes de aves, sangue e aves mortas.

Em 29 de março de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária publicou no Diário Oficial da União uma portaria que estabelece medidas preventivas devido ao risco de ingresso e disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade no país.

A portaria suspende, em todo o território nacional, a realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves. Também fica suspensa a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados conforme a Instrução Normativa nº 56 de dezembro de 2007.

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