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PF investiga suposta inclusão de falsa vacinação contra COVID-19 para Bolsonaro, familiares e assessores

[Foto: Arquivo / Richard Souza / AN]

Na manhã desta quarta-feira (3), a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar uma suposta associação criminosa voltada para a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas informatizados do Ministério da Saúde. A operação resultou em mandados de busca e apreensão, incluindo a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília, e mandados de prisão contra seu ex-ajudante de ordens e outras cinco pessoas envolvidas no esquema.

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela autorização da operação, a prática de ilícitos foi iniciada por Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, que teria contado com auxílio de subordinados, médico, advogado e militares para inserir dados falsos de doses de vacina contra a covid-19 em nome de sua esposa, além da confecção de cartões de vacinação físicos.

A investigação da PF identificou que a estrutura criminosa se consolidou no tempo e passou a ter a adesão de outras pessoas, atuando de forma estável e permanente para inserir dados falsos de vacinação em benefício do ex-presidente da República, de sua filha, de assessores próximos, incluindo o próprio Mauro Cid.

Com a falsificação dos cartões de vacinação, os envolvidos puderam emitir certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias vigentes impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos destinadas a impedir a propagação de doença.

A operação teve concordância parcial do Ministério Público Federal (MPF), que se manifestou contrariamente à medida cautelar de busca e apreensão contra o ex-presidente da República, sua esposa Michelle Bolsonaro e o deputado Gutemberg Reis. O ministro Alexandre de Moraes indeferiu o pedido de busca e apreensão em relação a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.

A investigação também identificou a participação do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) na inserção de dados de vacinação no sistema ConecteSUS. Como há indícios de sua participação, a competência para processar e julgar o caso é do STF, em razão do foro por prerrogativa da função.

Os envolvidos foram indiciados pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e inserção de dados falsos em sistema de informação, e estão sob prisão preventiva. A operação tem como objetivo garantir a ordem pública e combater a falsificação de dados relacionados à vacinação contra a covid-19.

Foram expedidos mandados de prisão preventiva em desfavor de 6 pessoas e mandados de busca e apreensão em desfavor de 16 pessoas. Os nomes dos alvos dos mandatos estão divulgados no website do STF.

Clique aqui e leia a íntegra da decisão.

Clique aqui e leia a íntegra da representação da PF.

Clique aqui e leia a íntegra do parecer do MPF.

Com informações do STF.

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