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Pesquisa revela escassez de médicos em um terço dos municípios brasileiros, impactando a saúde pública

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[Foto: Ilustrativa]

Um estudo abrangente realizado em 3.385 municípios brasileiros aponta para a falta de médicos e a precariedade dos postos de atendimento em diversas regiões do país. De acordo com a pesquisa, cerca de um terço dos municípios enfrenta escassez de profissionais médicos, comprometendo a qualidade do atendimento e dificultando o desenvolvimento da saúde e de outros indicadores sociais.

A falta de distribuição adequada de profissionais médicos é apontada como a principal causa desse problema, afetando a capacidade de atendimento em diferentes regiões do Brasil. Dos municípios pesquisados, 979 relataram falta de médicos na atenção primária, representando 28,9% do total. Por outro lado, em 2.406 municípios (71,1%), a resposta foi de que não há escassez desses profissionais.

A pesquisa também identificou as principais dificuldades enfrentadas pelos municípios na contratação de médicos para a Atenção Primária à Saúde. A exigência do cumprimento da carga horária semanal de 40 horas foi apontada como a principal barreira, seguida pelo salário oferecido e a falta de recursos financeiros para a contratação.

Rodrigo Bouyer, avaliador do INEP e especialista na área, destaca a singularidade da profissão médica e a importância de considerar as peculiaridades dessa área. Ele ressalta que a escassez de médicos cria oportunidades em outras frentes de trabalho, e os profissionais desejam ter liberdade para exercer suas atividades em diferentes projetos. Bouyer ressalta que a carga horária de 40 horas pode limitar essa possibilidade para os médicos.

Diante desse cenário, a pesquisa revela que a realização de processos seletivos foi a medida adotada pela maioria dos municípios para buscar soluções. Além disso, a publicação de editais de chamamento público para contratação de médicos e empresas prestadoras de serviços também foram alternativas utilizadas.

O estudo concluiu que aproximadamente um terço dos municípios brasileiros enfrenta escassez de médicos, comprometendo o funcionamento eficiente da rede de saúde pública. Além disso, mais da metade desses municípios correm o risco de desabilitar equipes de atenção primária devido à falta de profissionais por mais de 90 dias. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas por essa situação.

Rodrigo destaca a importância de melhorar as condições de trabalho e infraestrutura nas localidades menores, já que os médicos nesses locais são constantemente acionados pela população, mesmo fora do ambiente de trabalho.

Essa pesquisa evidencia a necessidade de políticas públicas e ações voltadas para a distribuição adequada de médicos pelo país, além de investimentos na infraestrutura e nas condições de trabalho desses profissionais, visando garantir uma saúde pública de qualidade para todos os brasileiros.

Com informações da Press FC.

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