ONG Visão Mundial busca auxiliar crianças atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul
Em resposta à situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, onde mais de 500 mil pessoas foram desalojadas, a ONG Visão Mundial intensificou suas ações de apoio, focando especialmente em crianças e adolescentes. Atuante no Brasil há 48 anos e presente em cerca de 100 países, a organização implementou dois “Espaços Amigáveis” nas cidades de Canoas e Porto Alegre.
Esses locais têm como objetivo oferecer proteção e apoio psicossocial, além de promover atividades integradas como brincadeiras, recreação, educação informal e escuta ativa. A iniciativa faz parte de uma resposta humanitária que visa alcançar 200 mil crianças afetadas pelas enchentes.
“Nesse espaço as crianças e os adolescentes são cuidados e protegidos. Criamos um ambiente terno e seguro para que eles possam brincar, voltar a sorrir, além de entender o que está acontecendo. Por meio das brincadeiras e dos jogos, prestamos os primeiros auxílios e prestamos acolhimento. Nosso objetivo é tentar minimizar o impacto psicológico dos que foram impactados por toda tragédia”, explicou Raniere Pontes, Oficial Regional de Proteção Infantil e Salvaguarda da Visão Mundial.
Além dos espaços amigáveis, a ONG informou que está mobilizada para apoiar 70 mil famílias e 200 mil crianças com cestas básicas, água potável, itens de higiene e limpeza. Para as crianças, serão distribuídos 15 mil Kits de Ternura, que incluem jogos pedagógicos, cadernos para colorir, giz de cera, massa de modelar e outros materiais lúdicos, visando proporcionar momentos de descontração.
Situação no Rio Grande do Sul
De acordo com a Defesa Civil, até esta quinta-feira (16/05), o estado registrava 104 desaparecidos, 806 feridos e 151 mortes notificadas. Cerca de 77.199 pessoas estão em abrigos, 538.164 desalojadas e 2.281.774 afetadas.
Além disso, 1.057 escolas foram impactadas, afetando 378.649 estudantes, com 88 escolas servindo de abrigo.
Para i Diretor Nacional da Visão Mundial Brasil, Thiago Crucciti, a “a situação no Rio Grande do Sul é crítica e exige uma resposta rápida e eficaz para proteger nossas crianças e adolescentes dos efeitos devastadores das enchentes.”
O diretor enfatiza a importância de ações rápidas para fornecer o apoio necessário, tanto em termos de necessidades básicas quanto de suporte emocional, através dos Kits de Ternura. “É essencial que ajamos o mais rápido possível para garantir que o apoio necessário chegue a essas famílias, salvando nossas crianças e oferecendo a elas não apenas necessidades básicas, mas também suporte emocional através dos nossos kits de ternura. Cada momento conta e cada ação pode significar uma grande diferença na vida dessas crianças”, conclui o diretor.
Situação em Canoas e Porto Alegre
Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, enfrenta um grande desafio humanitário após as recentes chuvas no Rio Grande do Sul. Apesar de representar menos de 3,2% da população do estado, a cidade responde por quase 24% dos desabrigados. Segundo o Censo de 2022, Canoas tem 347.657 habitantes, enquanto o estado conta com 10.882.965 gaúchos.
Dados da plataforma lançada pelo governo estadual nesta quinta-feira (16/05), desenvolvida pela Escola de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul (EdSocial), revelam que o Canoas abriga 18.186 pessoas em 75 abrigos, de um total de 77.199 desabrigados espalhados por 839 abrigos em 103 cidades gaúchas.
Porto Alegre, a capital com mais de 1,33 milhão de habitantes, tem 14.983 desabrigados em 162 abrigos, representando quase 20% do total.
