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Ocupação do Colégio Estadual Edmundo Silva

[Foto: Richard Souza / AEF]

Na tarde de hoje tivemos a oportunidade de visitar e fotografar o Colégio Estadual Edmundo Silva, ocupado pelos alunos.

Ao chegar à porta do colégio encontramos um dos alunos explicando as motivações e metas da ocupação para um casal.

Solicitamos o acesso ao interior do colégio para registrar a ocupação. Fomos orientados a esperar que outro aluno responsável viesse avaliar a solicitação e, talvez, aprovar o acesso.

Ficamos surpresos com a rigorosa burocracia, mas também com a organização e com a percepção de existir uma organização hierárquica.

O aluno chamado para avaliar a solicitação chegou no portão, fez algumas perguntas e, após breve reflexão, decidiu por autorizar o acesso. Foi então designada uma “escolta” de 3 manifestantes que acompanhariam a visita.

A “escolta” citada foi totalmente cordial e solícita, ajudando, guiando e respondendo eventuais dúvidas. Foi franqueado o acesso a todos os locais, sem nenhuma limitação ou censura.

Ao entrar observou-se que havia um grande número de alunos no colégio. As atividades destes variavam. Alguns alunos conversando, outros em alguma recreação e outros trabalhando (cozinhando, limpando, etc). A visão geral era muito positiva, sem nenhuma cena de vandalismo ou de qualquer outro ato prejudicial ao patrimônio público.

Fomos então conduzidos para ver alguns dos problemas estruturais da unidade. No caminho para as salas de aula (primeiros locais que escolheram mostrar) passamos por espaço que terminava de ser lavado. Em seguida chegamos ao corredor principal, impecavelmente limpo, que dava acesso às salas de aula, incluindo as salas transformadas em alojamentos (masculino e feminino).

Nas salas de aula apresentaram alguns problemas de manutenção, como tomadas que tiveram curto-circuito, buracos no chão, quadro branco danificado e ventilador de teto com instalação elétrica precária. Também mostraram aberturas feitas nas paredes para saída da água da última enchente, que consideram um risco de acesso de vetores oriundos do matagal existente no lado de fora das salas de aula.

A seguir visitamos a cozinha, onde um grupo de alunos preparava um lanche e cozinhava, utilizando toca (que também precisamos usar para entrar na cozinha).

Continuando a visita registramos a situação de diversos históricos escolares, vitimados por episódio de chuva e hoje secando pendurados sobre computadores (CPUs) e monitores.

A sala com os históricos e os computadores encontrava-se trancada, tendo sido fotografada pela janela, gradeada.

Seguimos então para ver o estado do vestiário, que apresentava instalações elétricas inacabadas, portas e pisos danificados e forro do teto incompleto.

Seguindo para o próximo local, a irregularidade do solo chamou atenção, embora não tenha sido apresentado como um problema por nenhum dos alunos.

Chegamos então a um local que não souberam informar o que seria, mas poderia ter sido um depósito de audio-visual ou algo similar já que tinha algumas fitas VHS-C, com aparência de terem estado em água de enchente.

Por fim, junto à saída, apresentaram uma sala, em mau estado, com bancada de madeira, que teria sido uma sala de informática comunitária. Caso algum dia tenha sido, hoje não tem nada que lembre tal finalidade.

Antes de sair foi possível observar, fixada na parede, uma programação de tarefas e uma relação das reivindicações, que não relacionava os problemas estruturais que haviam apresentado na visita.

Deixamos o colégio com uma visão positiva da manifestação, pacífica e ordeira, embora tenha ficado uma impressão de que falta um consenso em relação às reivindicações ou uma melhor divulgação destas, internamente inclusive.

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