
A 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada nesta quinta-feira (24), traz uma radiografia detalhada sobre as estatísticas de violência pública no país relacionadas a 2024.
Entre os destaques, o Anuário revela que o número de mortes violentas intencionais no Brasil, no ano passado, chegou a quase 45 mil óbitos, quantidade 5,4% inferior à registrada em 2023.
As mortes violentas intencionais englobam vítimas de homicídio doloso (quando há intenção de matar), roubos seguidos de morte, lesão corporal seguida de morte, mortes decorrentes de intervenções policiais e mortes de policiais em serviço e fora do horário de trabalho.
O anuário mostra também que o perfil predominante das vítimas não se alterou em relação aos anos anteriores: homens, negros, pessoas de até 29 anos, vítimas de armas de fogo em via pública.
A pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Manoela Miklos, explica que articulação e inteligência entre os poderes públicos fazem os números melhorarem, enquanto intervenção policial violenta e encarceramento em massa pioram as estáticas do anuário.
Segundo o anuário, as dez cidades do país – com mais de 100 mil habitantes – mais violentas estão concentradas na região Nordeste, principalmente nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco. No topo do ranking está Maranguape, no Ceará, com quase 80 morte violentas intencionais por 100 mil habitantes.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra ainda que os feminicídios aumentaram 19% em 2024, na comparação com o ano anterior.
De acordo com a pesquisadora Manoela Miklos, os dados indicam que o crescimento da violência contra a mulher no Brasil se mantém consistente nos últimos anos.
O perfil das ocorrências dos casos de feminicídio mostra que 63,6% das vítimas eram negras; 70,5% tinham entre 18 e 44 anos; oito em cada dez foram mortas por companheiros ou ex-companheiros, e 64,3% dos crimes ocorreram dentro de casa.
Em 2024, o Brasil registrou o maior número de estupros e estupros de vulnerável da série histórica, com 87.545 ocorrências no período. Os números indicam ainda que, a cada seis minutos, uma mulher foi estuprada no país no ano passado.
3:27
Joana Côrtes – repórter da Rádio Nacional
Fonte: Agência Brasil ou Agência Câmara de Notícias ou Agência Senado ou ONU News