Museu da Democracia será inaugurado no Rio de Janeiro
[Foto: Divulgação / Luiz Roberto / Secom / TSE]
O município do Rio de Janeiro e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizaram, nesta sexta-feira (19/04), uma cerimônia para o lançamento da pedra fundamental do Museu da Democracia, que ficará sediada no prédio do Centro Cultural da Justiça Eleitoral (CCJE), no centro da capital fluminense. O evento contou com a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
O objetivo do museu é documentar e perpetuar a história da Justiça Eleitoral, que completa 92 anos de existência, destacando seu papel fundamental na construção e manutenção da democracia brasileira.
Durante a cerimônia, Moraes ressaltou os avanços históricos da democracia no país, como a universalização do voto e o aumento da participação feminina na política. No entanto, também reconheceu a necessidade de avançar mais nesse aspecto e mencionou as diferentes crises enfrentadas pela República brasileira ao longo de sua história.
“Nós temos o maior período de estabilidade democrática do Brasil Republicano. Temos que comemorar, mas isso não significa tranquilidade e paz total. Estabilidade democrática significa a resistência e, mais do que isso, a resiliência das instituições, entre elas, a Justiça Eleitoral e o Poder Judiciário como um todo, contra eventuais ataques à democracia e contra períodos de turbulência”, afirmou o ministro.
A criação do Museu da Democracia foi definida em um termo de cooperação assinado em dezembro de 2023 entre o TSE e o município do Rio de Janeiro. O novo espaço será voltado para promover o conhecimento político, histórico, cultural e econômico do Brasil, com concepção realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O público terá acesso a um acervo composto por trabalhos relacionados a manifestações populares, constituições, imprensa e resistência do processo democrático. Uma das atrações será a Sala do Voto, que reunirá objetos históricos que remetem à evolução do sistema eleitoral, como cédulas, urnas e fotos.
Durante a cerimônia, foi apresentada a primeira peça que integrará a coleção do museu: um quadro intitulado “8 de Janeiro de 2023”, criado e doado pelo artista plástico Vik Muniz. O quadro retrata o Palácio do Congresso a partir dos pedaços de vidro, cartuchos de balas e restos de carpete azul coletados após a invasão ao Senado Federal.
Apesar de ainda não haver uma data oficial para a inauguração, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, estima que o museu poderá ser inaugurado em um prazo de um a um ano e meio, enquanto são realizadas as restaurações e obras necessárias. Ele ressaltou a importância de preservar e fortalecer os valores democráticos, especialmente em um momento histórico como o atual, em que a democracia é constantemente desafiada.
Além do ministro do TSE, Alexandre de Moraes, outros representantes do judiciário estiveram presentes no ato de lançamento do Museu da Democracia. O ministro do TSE André Ramos Tavares e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Henrique Carlos Figueira também estiveram presentes na solenidade.
O evento também contou com a presença do prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e do governador do estado, Cláudio Castro (PL).
O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, enfatizou o significado simbólico da instauração do Museu da Democracia durante o evento de lançamento. Para ele, o momento atual pode ser considerado oportuno para abordar de maneira enfática o tema da democracia na história recente do Brasil.
“O Museu da Democracia é um marco, também pela importância do Rio ao longo dos seus 459 anos como epicentro de movimentos e lutas pela democracia. Essas ruas que hoje nos cercam foram testemunhas das vozes do povo clamando por Justiça, igualdade, liberdade, em momentos decisivos para o país”, afirmou o prefeito.
O governador do estado, Claudio Castro, aproveitou a oportunidade para parabenizar a prefeitura do Rio e o TSE pela iniciativa.
“Tudo que nos remete à nossa história de lutas para chegar até aqui deve ser sempre exaltado. Nada melhor que um museu que exalte as lutas da sociedade brasileira e, sobretudo, aqui no Rio de Janeiro, na Cinelândia, que já foi palco de protestos, batalhas pela democracia. Exaltando o Rio de Janeiro, antiga capital federal, com certeza a gente exalta o povo no Brasil inteiro”, declarou Castro.