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Ministério da Saúde anuncia distribuição de nova remessa de vacinas contra a dengue em todo o Brasil

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[Foto: Julia Prado / MS]

O Ministério da Saúde anunciou, na quarta-feira (29/05), a distribuição de quase 1 milhão de doses da quinta remessa de vacinas contra a dengue. Segundo a pasta, serão entregues 656.172 doses de reforço e 335.200 doses de ampliação, beneficiando 405 novos municípios e totalizando 1.735 cidades vacinando adolescentes de 10 a 14 anos. Até 28 de maio, 1.122.339 doses já foram aplicadas em todo o país.

De acordo com o Ministério, para garantir a proteção completa contra casos graves e hospitalizações por dengue, são necessárias duas doses da vacina, conforme estabelecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta assegura a entrega dessas duas doses para todos os municípios envolvidos na estratégia de vacinação.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, enfatizou a importância da vacinação, destacando que adolescentes de 10 a 14 anos representam a faixa etária com maior número de hospitalizações por dengue no Brasil.

“Dentro da faixa etária indicada pelo laboratório para receber a vacina -de 5 a 60 anos-, selecionamos o intervalo com maior número de hospitalizações por dengue no Brasil. Contudo, esse público tem uma adesão menor, justamente por não ser uma idade que frequenta os serviços de saúde rotineiramente, por isso, os pais e responsáveis precisam levar as crianças e adolescentes para se vacinar. É um ato de amor e de responsabilidade”, disse a secretária. 

Estoque

Recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde informou que o Brasil adquiriu todo o estoque disponível da vacina contra dengue no mercado internacional, complementado por uma doação do laboratório produtor. O total de doses compradas para 2024 é de 6,5 milhões, aumentando para 9 milhões em 2025.

Devido à capacidade de produção limitada do laboratório, as doses estão sendo entregues em parcelas. Com esta quinta remessa, o total de vacinas distribuídas alcança 3.659.851 doses.

Outras ações

Além da vacinação, o Ministério da Saúde informou que está investindo na produção de uma vacina nacional contra a dengue, desenvolvida pelo Butantan, atualmente em fase final. Um plano de enfrentamento às arboviroses, elaborado com a colaboração de mais de 100 pesquisadores e cientistas, está sendo finalizado e será lançado em breve. Este plano abrange vigilância em saúde, manejo clínico, organização dos serviços de saúde, controle vetorial, pesquisas, comunicação e mobilização social.

Dados

Dados divulgados, na segunda-feira (20/05), mostrara, que o Brasil alcançou uma marca de mais de 5.100.000 casos prováveis da dengue somente neste ano. Além disso, o número de óbitos confirmados pela doença chegou a 2.827 mortes, o maior registro desde o início da série histórica em 2000.

Até o momento, 2024 já superou os dois anos que anteriormente haviam registrado a maior quantidade de infectados: 2015, com 1.688.688 diagnósticos, e 2023, com 1.641.278.

Dengue e Sintomas

A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, com sintomas que incluem febre alta e dores no corpo. Se não tratada adequadamente, pode levar o paciente à morte.

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da dengue incluem:

  • Febre alta;
  • Dor no corpo e nas articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal-estar;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.

Os sinais de alarme da doença são caracterizados principalmente por:

  • Dor abdominal intensa e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquidos;
  • Sangramento de mucosa;
  • Irritabilidade.

Vacina Qdenga

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na quarta-feira (15/05), a pré-qualificação da vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, para imunização contra a dengue. Esta é a segunda vacina contra a dengue a receber a pré-qualificação da entidade.

Segundo informações da OMS, a Qdenga é uma vacina viva atenuada que contém versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus da dengue. A Organização recomenda a aplicação em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em regiões com alta transmissão da doença. O esquema vacinal consiste em duas doses, administradas com um intervalo de três meses, mesma prática adotada no Brasil.

No Brasil, a Qdenga começou a ser aplicada na rede pública de saúde em fevereiro. Devido à quantidade limitada de doses fornecidas pelo fabricante, a vacinação é direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que registra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. Pessoas acima de 60 anos não são indicadas para receber a vacina devido à falta de estudos clínicos específicos para essa faixa etária.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da Qdenga em março de 2023 no Brasil, permitindo sua comercialização no país sob condições aprovadas. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS).

Próxima epidemia

O Ministério da Saúde informou, na última semana, que está elaborando estratégias de preparação e resposta para enfrentar a próxima epidemia de dengue e outras arboviroses no Brasil. A iniciativa visa fortalecer a vigilância em saúde, aprimorar o manejo clínico, organizar os serviços de saúde, intensificar o controle vetorial e identificar lacunas de conhecimento para financiamento de pesquisas, além de promover a comunicação e a mobilização social. O período epidêmico que será avaliado por técnicos da pasta é o biênio 2024/2025.

O planejamento, abrange ações a curto, médio e longo prazo, e está sendo discutido por especialistas em arboviroses, gestores, pesquisadores e técnicos estaduais e municipais, juntamente com representantes do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Segundo a pasta, a dengue possui um padrão sazonal, com aumento de casos e risco de epidemia, especialmente entre os meses de outubro a maio. Por isso, “os cuidados para combater essa doença devem ser realizados ao longo de todo o ano e não apenas no verão, com ênfase nos meses que antecedem o período das chuvas”, alerta o ministério.

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