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Interventor na segurança do DF entrega relatório sobre ataques do dia 8 de janeiro

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[Foto: Jerônimo Gonzalez / MJSP]

O Interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apresentou, nesta sexta-feira (27/01), o relatório com informações sobre a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e das dependências do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorridas no dia 8 de janeiro.

O documento possuí 62 páginas e apresenta vídeos da Esplanada dos Ministérios, dos circuitos internos e também de drones. Também foram acrescentadas fotos da destruição, memorandos da Secretaria de Segurança Pública, quantitativo de policiais mobilizados no dia e documentos internos despachados, como alertas de inteligência. O parecer que mostra 19 dias de intervenção federal na segurança do DF foi entregue ao STF.

Em coletiva a imprensa, o Interventor declarou que ” a entrega desse relatório não é ponto de chegada, é ponto de partida”. Segundo ele, as informações descritas no relatório irão ajudar no prosseguimento das investigações, assim como na individualização das condutas, buscando apurar os “fatos inaceitáveis do dia 8 de janeiro”.

De acordo com Ricardo Capelli, ficou claro que a construção dos planos para os atos de 8 de janeiro foram planejados no o acampanhamento montado na frente ao QG do Exército, no Setor Militar Urbano: “fica claro e evidente que o acampamento em frente ao QG do Exército, no Setor Militar Urbano, virou um centro de construção de plano contra a democracia brasileira”. Segundo ele, todos os atos passaram e tiveram organização, apoio e planejamento no acampamento. “Ali circulavam criminosos. Foram 73 ocorrências em dois meses de funcionamento, entre roubos e furtos”, anunciou.

Durante a coletiva, o interventor federal na segurança do DF, disse, ainda, que houe falha operacional antes dos atos, uma vez que foram colhidas informações da inteligência sobre o que aconteceria, sendo enviado um relatório 6 dias antes ao então secretário de Segurunça informando sobre “a tomada do poder com ameaça concreta de invasão aos prédios públicos”.

“Não houve plano operacional sequer ordem de serviço. Não foram acionados batalhões importantes para prevenir, como BPCães (com cães farejadores), Bavop (de aviação operacional), RPMon (cavalaria) e Bope (operacional)”, detalhou.

Ricardo Capelli deixará o cargo de interventor federal na segurança do DF no dia 31 de janeiro, data estipulada no decreto assinado pelo Presidente Lula, no domingo (08/01), quando decretou Intervenção Federal no DF durante os ataques na Praça dos Três Poderes.

Leia também: Presidente Lula decreta Intervenção Federal na Segurança do Distrito Federal

Na ocasião, como interventor, foi nomeado o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Garcia Cappelli, sendo “As atribuições do Interventor são aquelas necessárias às ações de segurança pública, em conformidade com os princípios e objetivos previstos no art. 117-A da Lei Orgânica do Distrito Federal”, assegura o decreto.

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