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Inflação do país desacelera em março, registrando alta de 0,16%

[Foto: Richard Souza / AN]

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma desaceleração em março, registrando uma alta de 0,16%, o que representa uma queda de 0,67 ponto percentual em relação ao índice de fevereiro, que foi de 0,83%. No acumulado do ano, a inflação está em 1,42%, enquanto nos últimos 12 meses, os preços subiram 3,93%. Em comparação com março de 2023, quando o índice foi de 0,71%, houve uma leve variação. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos nove grupos pesquisados, seis tiveram alta na passagem de fevereiro para março. No entanto, os grupamentos com maior peso no IPCA apresentaram desaceleração no índice. O grupo de Educação, por exemplo, teve uma alta significativa em fevereiro devido aos reajustes habituais no início do ano letivo, o que não ocorreu em março, resultando em uma alta menor, de 0,14%.

Os alimentos que mais tiveram alta foram:

  • Cebola – (14,34%)
  • Tomate – (9,85%)
  • Ovo de galinha – (4,59%)
  • Frutas – (3,75%)
  • Leite longa vida – (2,63%)

Tanto a alimentação no domicílio quanto fora dele desaceleraram em relação ao mês anterior.

Apesar disso, o grupo de Alimentação e Bebidas teve o maior impacto, com uma alta de 0,53%, porém em um movimento de menor intensidade em relação a fevereiro, que foi de 0,95%. Problemas climáticos contribuíram para o aumento dos preços dos alimentos nos últimos meses, mas em março, os preços seguiram subindo, porém com menos intensidade.

Para o gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida, os preços do grupo de alimentos sofreram mais alteração devido a questões climáticas.

“Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”, aponta o pesquisador.

Ainda segundo Almeida, o aumento registrado no ovo de galinha ocorreu devido a fator sazonal, como a Páscoa, quando a população optou por não consumir carne por questões religiosas.

“O caso do ovo de galinha tem uma explicação própria: tratou-se de um período em que uma parcela da população faz a opção de não comer carne por questões religiosas, aumentando a demanda dessa proteína”, ressalta Almeida.

No grupo de Transportes, houve uma inversão, passando de uma alta de 0,72% em fevereiro para uma queda de 0,33% em março. Isso se deveu à queda nos preços das passagens aéreas (-9,14%) e da gasolina (0,21%). Os combustíveis apresentaram variação, com destaque para o etanol (0,55%), enquanto o gás veicular (-2,21%) e o óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços.

Em Habitação, a alta de 0,19% foi influenciada pela energia elétrica, com preços 0,12% mais altos, e pela taxa de água e esgoto, com aumento de 0,04%.

No grupo de Despesas Pessoais, houve uma aceleração de 0,05% para 0,33%, com destaque para o item Cinema, Teatro e Concertos, que teve uma alta de 5,14%.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) considera as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos. O INPC é calculado para as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

O próximo resultado do IPCA, referente a março, será divulgado em 10 de maio, mostrando uma análise atualizada da variação de preços e da inflação no país.

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