Saúde

Fiocruz destaca aumento de casos de Covid-19

[Foto de Raul Santana / Acervo Casa Oswaldo Cruz]

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou Boletim do InfoGripe, apresentando um crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 em algumas regiões do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. O aumento tem sido mais evidente na população adulta, com o estado do Rio de Janeiro registrando um aumento notável. Além disso, houve um leve aumento de SRAG por Covid-19 no Espírito Santo, Goiás e São Paulo. Os dados são referentes à Semana Epidemiológica (SE) 36, que abrange o período de 3 a 9 de setembro e têm como base as informações do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 11 de setembro.

Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, ressaltou a importância de prestar atenção a esse ritmo de crescimento e destacou a necessidade de testagem e vacinação. Ele enfatizou que “é fundamental a vacina no braço dentro da recomendação atual das doses de reforço. Caso não esteja em dia, busque o posto de saúde mais próximo. Assim, esse ciclo de crescimento de Covid-19 que estamos começando a observar será de menor impacto. O risco fica bem menor com a vacina, principalmente, para evitar o desenvolvimento de casos graves”.

Quanto à testagem, Gomes aconselha qualquer pessoa que apresente sintomas gripais, como dificuldades respiratórias, tosse, espirros e desconfortos no corpo, a procurar um posto de saúde ou seu médico da família para realizar o teste.

“Além disso, a recomendação, principalmente neste momento, é que pessoas com sintomas de síndrome gripal possam fazer repouso, ficar em casa e fazer o isolamento. Essas medidas são importantes não só para a recuperação, mas também para diminuir a circulação de vírus respiratórios na nossa população, seja por causa da Covid-19 ou qualquer outro vírus respiratório”, enfatizou o coordenador do InfoGripe.

O Boletim InfoGripe mostrou uma mudança no cenário em relação ao mês de agosto, com um início de sinal de interrupção na tendência de crescimento de novos casos semanais associados ao rinovírus em crianças e pré-adolescentes na maioria dos estados. No entanto, alguns estados do Nordeste ainda apresentam crescimento do rinovírus nessas faixas etárias.

Em nível nacional, o Boletim aponta uma queda nas tendências de longo prazo e de curto prazo nos novos casos de SRAG. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência dos casos positivos foi de 2,9% para influenza A, 0,9% para influenza B, 13,3% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 35,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os casos positivos foi de 2,7% para influenza A, 0,0% para influenza B, 2,7% para VSR e 78,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Estados e Capitais

A situação epidemiológica em diferentes estados e capitais do Brasil revela um cenário variado de crescimento de casos de SRAG associados à Covid-19. Sete estados apresentam um sinal de aumento na tendência de longo prazo, com destaque para a faixa etária afetada em cada estado.

  • Em Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás e Sergipe, o crescimento se concentra nas faixas de idade de dois a quatro anos e de cinco a 14 anos, sugerindo um aumento entre crianças e pré-adolescentes.
  • No estado de Roraima, o aumento se concentra nas crianças com até 4 anos de idade.
  • Já no Rio de Janeiro, o crescimento é observado nas faixas etárias da população adulta.
  • Em relação às capitais, oito delas apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG:
  • Aracaju, Boa Vista, Fortaleza, Macapá e Salvador: O aumento é mais evidente nas crianças e pré-adolescentes, com idades de até 14 anos.
  • Rio de Janeiro: O crescimento se manifesta em todas as faixas etárias da população adulta.
  • Maceió e Palmas: Embora o sinal de crescimento não seja totalmente claro, em Maceió, há um ligeiro aumento nas crianças pequenas (até 2 anos) e na faixa etária de 15 a 49 anos.

Em relação aos casos e óbitos referente ao ano epidemiológico 2023, foram notificados 133.786 casos de SRAG, dos quais 38,5% apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 50,1% foram negativos e cerca de 6% aguardam resultado laboratorial. Quanto aos casos positivos, 30,2% são devido ao Sars-CoV-2 (Covid-19), demonstrando a persistência da pandemia.

“Quanto os óbitos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, já foram registrados, este ano, 8.057 óbitos, sendo 4.128 (51,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório; 3.355 (41,6%) negativos; e ao menos 169 (2,1%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, 11,4% são influenza A; 5,7% são influenza B; 8,0% são VSR; e 69,6% são Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 2,7% para influenza A; 0% para influenza B; 2,7% para VSR; e 78,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19)”.

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