
[Imagem: Reprodução]
As organizações Razões para Acreditar e VOAA, responsáveis pela plataforma de arrecadação destinada ao alpinista Agam Rinjani, indonésio que participou do resgate do corpo da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, anunciaram, nesta terça-feira (1º/07), a decisão de transferir 100% do valor arrecadado diretamente para Agam, sem qualquer desconto de taxa. A vaquinha acumulava mais de R$ 520 mil até as 19h de dimingo (29/06).
Em vídeo publicado nas redes sociais, Vicente Carvalho, sócio-fundador das duas iniciativas, afirmou:
“Nosso objetivo jamais foi outro senão ajudar o Agam. Desde o início da vaquinha, a gente tem acompanhado cada comentário, cada crítica e cada publicação com atenção e respeito”.
Ele explicou ainda que o processo para a transferência internacional do valor já foi iniciado e está em andamento para que o montante chegue ao alpinista o mais rápido possível.
Carvalho ressaltou que a decisão atende ao pedido dos doadores que desejam que o dinheiro arrecadado seja repassado integralmente a Agam, ao mesmo tempo em que anunciou a possibilidade de reembolso para quem preferir:
“Se você doou e ainda deseja o reembolso, vamos respeitar sua decisão. Nos envie um email nas próximas 48 horas para: vaquinha.agam@voaa.me que vamos fazer o estorno.”
Além disso, o sócio-fundador declarou que a experiência está levando as organizações a reverem suas políticas de taxas: “Por fim, queria dizer que estamos revendo internamente nossa política de taxas. Muito obrigado a todos que nos ajudaram a refletir com respeito e cuidado. Seguimos juntos com o mesmo propósito de sempre, acreditar e transformar.”
Agam
Agam ficou conhecido nacionalmente após se voluntariar para localizar o corpo de Juliana Marins, que morreu após cair de um penhasco durante uma trilha, na Indonésia. Ele informou que passou a madrugada ao lado da vítima, em uma área íngreme, para impedir que o corpo escorregasse, o que comoveu milhares de pessoas que decidiram contribuir financeiramente com o alpinista.
Ontem ele chegou a dizer que iria se afastar temporariamente das redes sociais. A postagem foi compartilhada com um texto em indonésio.
“Hoje vou me afastar e, por enquanto, não poderei usar o celular”, escreveu Agam em publicação. Ele afirmou que a situação gerou tristeza e mencionou a circulação de informações falsas a seu respeito: “Há muitas pessoas atrapalhando, e elas não sabem de nada”.
O alpinista destacou que não solicitou nenhuma arrecadação financeira. “Nunca pedi dinheiro algum, e nunca pedi para alguém criar uma vaquinha”, afirmou. Segundo ele, a repercussão do caso gerou desentendimentos e boatos, o que tem afetado sua rotina.
Agam encerrou a mensagem dizendo que espera retomar suas atividades em breve: “Espero que tudo isso acabe logo, para que eu possa voltar às minhas atividades normais”.
Após o recente anúncio das organizações, nesta terça-feira (1º/07), o alpinista usou novamente suas redes sociais, dessa vez para compartilhar uma imagem com os dizeres: “Muito obrigada por tudo, brazil, I love you.”

Decisão de cancelar vaquinha
O cancelamento foi anunciado em comunicado oficial divulgado nas redes sociais da Voaa, plataforma responsável pela vaquinha, em parceria com o portal Razões para Acreditar, na noite de domingo (29/06). A principal justificativa apresentada foi o grande volume de questionamentos sobre a taxa administrativa de 20% aplicada à campanha.
De acordo com a nota, a taxa está prevista no regulamento do site e é utilizada para cobrir os custos de operação da plataforma, que incluem curadoria, verificação de histórias, produção de conteúdo, acompanhamento jurídico e gestão financeira. Mesmo assim, os organizadores reconheceram que a comunicação com o público poderia ter sido mais clara.
“Tomamos essa decisão após muitos questionamentos relacionados à nossa taxa administrativa de 20%, que, apesar de comunicada em nosso site desde o início, gerou desconforto em algumas pessoas. Reconhecemos que a comunicação nesta história poderia ter sido mais clara”, escreveu a empresa.
Além das dúvidas sobre a taxa, os organizadores relataram que sofreram ataques e receberam mensagens de ódio e desinformação nos últimos dias, o que contribuiu para a decisão de encerrar a campanha.
“Nos últimos dias, a Voaa, o Razões para Acreditar e outras pessoas envolvidas com a história tornaram-se alvo de ataques, ameaças, informações falsas e mensagens de ódio.”