Prisão de Braga Netto era esperada, diz ministro da Defesa
[Foto: Pedro França / Agência Senado]
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta terça-feira (17/12) que a prisão do ex-ministro e general da reserva Walter Braga Netto já era esperada. A declaração foi dada após a visita de Múcio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em São Paulo após receber alta hospitalar no domingo (15).
Múcio revelou que foi informado sobre a operação da Polícia Federal na véspera das prisões, mas que os nomes dos envolvidos não haviam sido divulgados. Segundo o ministro, a situação gera constrangimento, mas é necessária para o esclarecimento dos fatos.
“Todo mundo esperava. Há um constrangimento […] mas já se esperava. Nós desejamos que todos esses que estão envolvidos respondam à Justiça”, afirmou Múcio. O ministro acrescentou que cada pessoa envolvida deve responder individualmente pelos seus atos.
O general Tomás, segundo Múcio, avisou sobre a operação na véspera e informou os nomes apenas na manhã da ação. “Às 6h15, ele me telefonou dizendo na casa de quem era, mas o Exército, nem a Marinha, nem a Aeronáutica têm informação de quem são as pessoas que vão sofrer esse tipo de operação”, explicou.
O ministro enfatizou ainda a importância de que as investigações avancem. “Cada um entrou nisso com seu CPF, e a gente tem que preservar o CNPJ das três Forças”, concluiu.
Prisão de Braga Netto
A Polícia Federal prendeu, na manhã do sábado (14/12), o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil. Ele é investigado no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e foi acusado de atrapalhar as investigações e de atrapalhar “a livre produção de provas durante a instrução processual penal.”
A prisão ocorreu no Rio de Janeiro, onde a PF também realizou buscas na residência de Braga Netto, em Copacabana. Os mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os agentes também cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência do coronel Peregrino, assessor de Braga Netto. Segundo a investigação, Peregrino estaria diretamente envolvido na elaboração de planos golpistas.