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37,4% das escolas brasileiras não têm área verde, aponta estudo

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[Foto: Ilustrativa]

Um estudo inédito conduzido pelo MapBiomas, em parceria com o Instituto Alana e a agência Fiquem Sabendo, revela um panorama alarmante sobre o acesso à natureza e a exposição a riscos climáticos em escolas das capitais brasileiras. Intitulada “O Acesso ao Verde e a Resiliência Climática nas Escolas das Capitais Brasileiras”, a pesquisa analisou 20.635 escolas de educação infantil e ensino fundamental, públicas e privadas, apontando como fatores ambientais, socioeconômicos e raciais estão interligados.

De acordo com o levantamento, 37,4% das escolas analisadas não possuem áreas verdes em seus terrenos, um problema mais evidente na educação infantil, em que 43,5% das escolas carecem desses espaços.

Além disso, cerca de 370 mil estudantes frequentam escolas localizadas em áreas de risco, como zonas sujeitas a alagamentos e deslizamentos. Desses, 90% estão em regiões próximas a favelas ou comunidades urbanas. A pesquisa também revelou que escolas em áreas mais quentes, conhecidas como “ilhas de calor”, têm maioria de alunos negros, enquanto as com maioria de alunos brancos representam apenas 8,6%.

A análise destaca que o racismo ambiental é uma realidade evidente no sistema educacional brasileiro. Entre as escolas localizadas em áreas de risco, 51% têm maioria de alunos negros, enquanto essa proporção cai para 4,7% nas escolas com maioria de estudantes brancos.

Quando o critério é acesso ao verde, o levantamento revelou que as escolas públicas superam as particulares: 31% das instituições públicas possuem mais de 30% de área verde em seus lotes, contra apenas 9% das privadas.

O Instituto Alana propõe iniciativas que incluam soluções baseadas na natureza,transformar as escolas “em lugares mais verdes, resilientes e melhor adaptados, e envolver alunos, comunidade escolar e as famílias nesse processo, resultará em uma nova educação ambiental e climática. Criar praças e parques em seus entornos, principalmente nas áreas mais vulneráveis, dará às crianças oportunidades para brincar e aprender ao ar livre em seu dia-a-dia, permitindo que desenvolvam um vínculo com a natureza, o que também fomentará atitudes de maior cuidado e preservação no futuro. “

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