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Violência política no Brasil atinge recorde em 2024, aponta pesquisa

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[Foto: Ilustrativa / Richard Souza / GE]

O Brasil registrou um recorde de casos de violência política em 2024, de acordo com dados finais da pesquisa Violência Política e Eleitoral no Brasil, lançada na segunda-feira (16/12) pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos. Foram contabilizados 714 casos de violência dirigidas a candidatos(as) ou políticos em exercício entre 1º de novembro de 2022 e 27 de outubro de 2024, o maior número desde o início da série histórica, iniciada em 2016.

O estudo aponta 2024 como o ano com o maior número de ocorrências de violência política, especialmente durante o período eleitoral, com 558 casos registrados apenas neste ano. Entre os episódios, destacam-se 27 assassinatos, 129 atentados, 224 ameaças e 71 agressões físicas. A pesquisa ainda indica que as ameaças representam 40% dos casos totais de violência em 2024.

Segundo os dados, durante as eleições municipais de 2016, foram 46 casos registrados; em 2020, o número saltou para 214. Já em 2024, o levantamento aponta 558 registros, representando um crescimento de 2,6 vezes em relação a 2020 e mais de 12 vezes em comparação a 2016.

Para a coordenadora de Incidência Política da Terra de Direitos, Gisele Barbieri, o aumento de casos de violência política, prinicipalmente durante o período eleitoral neste ano é preocupante.

“O alto nível de violência política em 2024 preocupa, mas não surpreende, pois confirma uma tendência já identificada nas pesquisas anteriores, que é o aumento deste tipo de violência, principalmente, em períodos de pleitos municipais. Aumento que pode ser atribuído à naturalização dessa violência, pois as respostas do Estado a esse cenário ainda são insuficientes”, afirma a coordenadora. 

A pesquisa também destacou a violência direcionada a mulheres, cisgênero e transexuais, que foram alvo de 274 casos, representando 38,4% das ocorrências. Entre os tipos de violência mais recorrentes estão ameaças (135 registros), ataques virtuais e ameaças de estupro.

Os dados indicam que os estados com maior número de casos são São Paulo (108), Rio de Janeiro (69), Bahia (57) e Minas Gerais (49). Além de apresentar o cenário atual, as organizações sugerem ações concretas para combater o problema, como o aperfeiçoamento de leis, campanhas de conscientização e a criação de canais de denúncia estruturados.

*Com informações de Justiça Global

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