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TSB divulga relatório sobre incidente de aeronave da Flair Airlines no Aeroporto de Waterloo

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O Conselho de Segurança dos Transportes do Canadá (TSB) divulgou seu relatório de investigação (A22O0161) sobre o incidente ocorrido em 25 de novembro de 2022, quando um Boeing 737-800 da Flair Airlines ultrapassou os limites da pista durante o pouso no Aeroporto Internacional da Região de Waterloo, em Ontário. Não houve feridos.

Fatores que levaram ao incidente

A aeronave decolou de Vancouver, Colúmbia Britânica, com um reversor de empuxo inoperante no motor esquerdo. A bordo, estavam seis tripulantes e 134 passageiros. Durante a aproximação para pouso, o comandante desativou o piloto automático, mas manteve o autothrottle (controle automático de potência) ativado. Pouco antes do pouso, ele tentou desativar o autothrottle, mas pressionou acidentalmente o botão de arremetida (TO/GA – Takeoff/Go-Around), acionando um aumento de potência no motor. O alerta da mudança de modo não foi percebido pela tripulação, pois sua atenção estava voltada para o exterior da cabine de comando.

No momento do pouso, o comandante manteve ambas as alavancas de potência na posição de marcha lenta. Após o toque na pista, ele retirou a mão da alavanca esquerda para ativar o reversor de empuxo do motor direito. Como o avião ainda estava no modo de arremetida, o motor direito entrou em reverso enquanto o motor esquerdo começou a aumentar para potência máxima, desativando automaticamente os sistemas auxiliares de frenagem e dificultando o controle da aeronave.

Apesar dos desafios, o comandante conseguiu manter a aeronave na pista e utilizou a frenagem manual para reduzir a velocidade. No entanto, não havia espaço suficiente para parar completamente, e a aeronave ultrapassou a pista em aproximadamente 150 metros.

Fatores que contribuíram para o erro

A investigação apontou diversos fatores que levaram à ativação involuntária do modo de arremetida e à falha na percepção da mudança de configuração de voo:

  • Fadiga do piloto
  • Foco excessivo da tripulação na observação externa da aeronave durante a aproximação e o pouso
  • Falta de alertas visuais e sonoros suficientemente perceptíveis para indicar a mudança de modo

Problemas mecânicos não corrigidos

O relatório revelou ainda que o defeito no reversor de empuxo do motor esquerdo já havia sido registrado pela primeira vez em maio de 2022 e foi reportado mais 22 vezes nos meses seguintes. Contudo, não foi classificado como uma falha recorrente de acordo com as normas regulatórias, o que impediu que o sistema de manutenção da Flair Airlines identificasse a necessidade de uma correção definitiva.

A investigação alerta que falhas persistentes que não são resolvidas de maneira oportuna podem levar a consequências graves.

Mudanças nos procedimentos

Após o incidente, a Flair Airlines revisou seus procedimentos operacionais, reforçando a exigência de que pilotos desativem simultaneamente o piloto automático e o autothrottle durante a aproximação para pouso.

O TSB destacou que o caso ressalta a importância de protocolos rigorosos para evitar erros operacionais e uma abordagem proativa na manutenção de aeronaves, garantindo a segurança dos passageiros e tripulantes.

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