Meio Ambiente

Tartaruga resgatada em Angra dos Reis é devolvida ao mar

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[Foto: Divulgação / Eletronuclear]

Uma tartaruga marinha da espécie Chelonia mydas, conhecida como Tartaruga-verde, que foi encontrada em uma praia de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, retornou ao seu habitat natural após passar por um período de reabilitação que durou cerca de 2 meses.

O animal, que apresentava múltiplas lesões, foi resgatado por autoridades após ser avistado por turistas na areia da praia do Condomínio Buddha Village, em Angra dos Reis. O resgate e o tratamento foram conduzidos pelo programa Tartaruga Viva, uma parceria entre a Eletronuclear e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo informações da Eletronuclear, no momento do resgate, a tartaruga apresentava diversas escoriações, “com formação de cáseos – pequenas bolhas brancas – pelo corpo, além de fraturas”. Também ficou constatado que o animal apresentava dificuldade respiratória, alteração neurológica e desidratação. Durante o período de reabilitação, a tartaruga recebeu cuidados médicos, incluindo hidratação e administração de medicamentos.

A bióloga do programa Tartaruga Viva, Naiara Tessaro, explicou que o animal foi diagnosticado com traumatismo, sendo necessária uma reabilitação antes de sua soltura no mar.

“O animal chegou com várias lesões, vários ferimentos na cabeça, várias lesões na carapaça, e após passar por uma avaliação pela nossa veterinária Natália, ela chegou ao diagnóstico, que foi traumatismo provavelmente causado por colisão com embarcação, que infelizmente é muito comum aqui na nossa região”, disse.

Naiara Tessaro lembrou ainda que as tartarugas marinhas são animais que estão em risco de extinção, muitas vezes devido a problemas como lixo e colisões com embarcações, como foi o caso desta tartaruga.

“Cada animal que o programa consegue reabilitar e devolver para a natureza é muito importante, porque todas as espécies de tartaruga marinha hoje estão em perigo de extinção, muito disso por conta dos problemas antrópicos – do lixo, da pesca incidental, da colisão com embarcação, como aconteceu com essa. Então, cada animal que a gente consegue reabilitar e devolver para a natureza é muito importante, porque as tartarugas têm uma grande importância para o ecossistema marinho, e o Programa Tartaruga Viva fica muito feliz em contribuir e ajudar na conservação das tartarugas marinhas no Brasil”, completou a bióloga.

Dia Mundial do Meio Ambiente

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 400 mil toneladas de plástico são consumidas anualmente no mundo, revelando uma séria ameaça ao meio ambiente e à saúde humana. O plástico persiste no ambiente por mais de 300 anos, podendo causar danos irreparáveis.

Baseado nisso, o tema escolhido para o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em junho deste ano, ficou definido como “Combata a Poluição Plástica”, refletindo a urgência de sensibilizar governos, cidades e empresas em todo o mundo sobre a necessidade de investir e implementar soluções eficazes para combater esse problema global.

Tartaruga Viva

O Projeto Tartaruga Viva é resultado de uma parceria entre a Eletrobras Eletronuclear e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O Programa é o único que realiza o monitoramento de tartarugas marinhas na região sul fluminense, tendo sido originado a partir de demandas populares durante as audiências públicas para a licença da Usina Angra 3.

O Projeto tem como objetivo o acompanhamento das tartarugas marinhas que passam parte de suas vidas nas águas próximas à central nuclear, gerando dados sobre o comportamento e a fisiologia desses animais. Além disso, visa avaliar qualquer possível influência na população de tartarugas marinhas que reside próxima à Central Nuclear.

A equipe do Tartaruga Viva é composta por biólogos, veterinários e pessoal de apoio, responsáveis por realizar diversas atividades que visam monitorar as tartarugas da região, incluindo a verificação de tamanho, peso e estado de saúde. Além disso, a equipe faz buscas diárias ao longo da costa em busca de tartarugas encalhadas ou mortas.

O projeto também realiza campanhas de mergulho sazonal para observação e captura de tartarugas em áreas estratégicas, como a Piraquara de Fora, próximo à descarga de efluentes da Central Nuclear, além da Praia Vermelha e Ilha do Pelado. Antes da captura, a equipe monitora parâmetros físico-químicos da água do mar.

As tartarugas capturadas são medidas, pesadas, identificadas quanto à espécie e marcadas com grampos metálicos numerados nas nadadeiras. Após a avaliação, os animais são devolvidos ao ambiente, permitindo o acompanhamento de seu desenvolvimento em futuras capturas e possibilitando a colaboração de pesquisadores internacionais na compreensão de suas migrações.

O projeto estabeleceu também uma Rede Remota de Resgate, incentivando moradores e turistas a colaborarem. Caso encontrem uma tartaruga na praia, viva ou morta, podem ligar para o número 0800-204-4041 para receber instruções. Uma equipe se deslocará para verificar o estado do animal. Em caso de morte, a causa será investigada, enquanto tartarugas vivas recebem cuidados, incluindo exames como hemograma e raio-X, antes de serem devolvidas ao seu ambiente natural com saúde.

Confira a matéria acima na edição do Gazeta Expressa Kids de 8 de outubro de 2023:

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