
[Foto: Richard Souza / AN]
O assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, em uma emboscada em Praia Grande (SP), foi tema de manifestações na sessão legislativa desta terça-feira (16). Parlamentares lamentaram a execução, atribuída ao Primeiro Comando da Capital (PCC), e defenderam ações urgentes contra o crime organizado.
Segundo o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a morte do delegado foi “um recado ao Estado brasileiro”. Ele cobrou a instalação da CPI do Crime Organizado, já autorizada, mas ainda sem composição definida. O parlamentar criticou a demora na tramitação de propostas de segurança pública no Congresso.
O senador Humberto Costa (PT-PE), que conduzia a sessão, classificou o crime como “brutal” e alertou para a infiltração de organizações criminosas em diversos setores, como sistema financeiro, combustíveis, apostas e política. Para ele, o enfrentamento deve partir do Congresso.
O senador Sergio Moro (União-PR) defendeu medidas de proteção a agentes públicos após a aposentadoria. Ele destacou o Projeto de Lei (PL) 1.307/2023, de sua autoria, que amplia garantias de segurança a policiais, juízes, promotores e familiares em risco. O texto já foi aprovado pelo Senado e aguarda votação na Câmara. Moro lembrou ainda sua atuação conjunta com Fontes em 2019, na transferência de lideranças do PCC para presídios federais.
Já a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) defendeu o aumento do efetivo policial e mais recursos para a segurança pública. A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) reforçou a necessidade de avanço legislativo e criticou a falta de andamento de projetos sobre crime organizado, como o PL 839/2024, de sua autoria, que prevê penas mais severas para líderes de facções.
Fontes foi executado na segunda-feira (15) com tiros de fuzil. Considerado um dos maiores especialistas no combate ao PCC, atuou por décadas na repressão ao crime organizado em São Paulo.
Com informações da Agência Senado.